O deputado estadual Capitão Tadeu (PSB), da base governista na Assembléia Legislativa afirmou nesta tarde de segunda-feira, 9, em plenário, que a segurança na Bahia acabou diante do que considerou um despropósito da Secretaria de Segurança Pública em adotar a "Deusa da Vingança" (Nêmesis) na operação que resultou na prisão de três coronéis e da quadrilha que agia recebendo propinas do dinheiro público, no Estado.

  "O governo não teve interesse na minha opinião sobre o episódio, então posso externar neste parlamento o que penso, livrimente, e até parabenizar o governador do Estado e o secretário da Segurança pela operação, doa em em quem doer. É um momento que nos deixa triste. Mas, se há prova que se puna os culpados com muito rigor", disse o capitão lembrando, ainda, que a conduta de uns não maculará a Instituição como um todo.

  Dizendo-se "ultrajado e envergonhado" com a conduta dos militares envolvidos na corrupção e exigindo punição severa "porque se estivessem soldados no meio seriam execrados", o capitão destacou, no entanto, que a conduta do secretário de Segurança Pública, César Nunes, não tem precedentes e foi de uma ironia infeliz e desproposital.

  - Ao adotar a "Deusa da Vingançca" como emblema da Operação ele se vingou de quem? Ele fez isso porque? Qual era seu objetivo?" perguntou o capitão para responder, em seguida, afirmando que seu propósito foi criar um clima de confronto e de insatisfação nas instituições (PM e Polícia Civil), já observado na briga entre um delegado e um major durante o Carnaval.

  INTERMEDIOU O PIOR

  O capitão revelou que, durante o Carnaval, se não fosse sua intermediação junto a oficiais da PM os serviços teriam sido comprometidos e até paralisados, gerando uma situação de caos durante os festejos de momo.

  Tadeu entende que a partir desses episódios, e do que considerou um escárnio do secretário César Nunes dando entrevista sorrindo na TV durante a Operação, o governador Jaques Wagner precisa vir a público e dar uma resposta à sociedade, porque ele é o comandante máximo do Estado e da tropa.

  - Há um clima de insatisfação generalizada na PM. Os oficiais ficaram revoltados com o sorriso do secretário. Ele estava sorrindo de que? Se houve corrupção na PM; houve corrupção no governo. É inconcebível que uma autoridade sorria diante de uma tragédia - afirmou o capitão Tadeu, situando que, a partir da "Operação Nêmesis", de vingança, e da atitude do secretário, a segurança acabou, pois, "vamos ver a partir desses momentos grupos desorganizados trabalhando na Segurança".

  Segundo o capitão Tardeu, o governador Wagner perdeu as rédeas do processo e precisa dar explicações à sociedade.