O argumento do líder do governo na Câmara, Sandoval Guimarães (PMDB), foi no sentido de pedir bom senso ao vereador Alcindo, já que um acordo havia sido feito com a oposição para votar os projetos e, para garantir a tranqüilidade e agilidade, não seriam necessárias discussões.
Já a líder da oposição, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), mesmo confirmando a existência do acordo, afirmou que não se poderia negar o direito do vereador Alcindo Anunciação de discutir. "Não podemos suprimir a discussão mesmo com o acordo. Só não vai haver debate se o Plenário, que é soberano, assim decidir", declarou.
CONVOCAÇÃO
Depois de mais um projeto votado e aprovado, Alcindo pediu, mais uma vez, o direito do debate. O clima entre os vereadores piorou ainda mais quando ele exigiu a convocação do secretário municipal da saúde, José Carlos Brito, "para prestar esclarecimentos e discutir a saúde em Salvador como um todo", entendendo que há um "caos na saúde".
"O acordo foi feito, mas o meu partido é contra e eu tenho o direito de debater. O Plenário é soberano, mas não podemos rasgar o regimento proibindo a discussão. Não tenho o objetivo de atrapalhar e sim trabalhar em prol da cidade. Você, (referindo-se ao vereador Paulo Magalhães Júnior (DEM) que presidiu o final da sessão) quer rasgar o regimento da Câmara Municipal", afirmou Anunciação.
O vice-presidente Paulo Magalhães Júnior, que estava à frente da sessão, discordou da atitude do parlamentar do PSL. "Estamos abrindo um precedente perigosíssimo. Toda vez que houver um acordo e algum vereador for contrário, correremos o risco de um fato com esse acontecer novamente", declarou.
A sessão ainda continuou por cerca de trinta minutos recheada por muitas discussões entre os parlamentares. No final, pra variar, não houve acordo entre as partes conflitantes. A próxima sessão ordinária está marcada para a próxima segunda-feira (9), às 15h.