Agaciel diz que não quer ser "empecilho" para as investigações na Casa e, por isso, disse que se tiver que deixar o cargo não quer que isso ocorra temporariamente.
"Eu preciso que o presidente Sarney diga se acata minha carta, mas quero ir além. Se estão pedindo para eu me afastar, quero me afastar em definitivo. Sou funcionário da Casa, não caí aqui de paraquedas." Sarney já aceitou o pedido de Agaciel.
Ontem, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) defenderam o afastamento do diretor. Para os senadores, a manutenção do servidor no cargo afeta negativamente a imagem externa do Senado.
"A manutenção de Agaciel É altamente negativa para o Senado. Ele está crivado de suspeitas. Sou favorável ao afastamento imediato dele do cargo", disse Jarbas, que recentemente acusou de corrupção "boa parte" de seu partido.
O presidente do Senado recorreu ao TCU (Tribunal de Contas da União) para que o órgão também investigue as acusações envolvendo Agaciel.
Sarney confirmou a saída de Agaciel. "Ele me entregou e eu aceito o pedio de demissão do cargo". O presidente do Senado ressaltou que a denúncia será examinada pelo Tribunal de Contas e não quis dizer se Agaciel poderá voltar à função caso seja considerado inocente. "Isso aí é no futuro".
Diretor-geral do Senado desde 1995, Agaciel já foi investigado algumas vezes. A principal aconteceu em uma operação da Polícia Federal nas dependências do Senado. A PF avisou o então presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), da investigação e o servidor foi acusado de ter mexido nos computadores que seria apreendidos antes da polícia chegar.
No caso da mansão, Agaciel admitiu em um primeiro momento em entrevista à Folha de São Paulo ter registrado o imóvel em nome de seu irmão, o deputado federal João Maia (PR-RN), por estar com os bens bloqueados em 1996, data da compra. Na segunda-feira (2), o diretor-geral retificou sua afirmação e disse ter declarado a mansão em seu imposto de renda, deixando apenas de passar a escritura para o seu nome por se tratar de um "negócio familiar".
Afastado da função, Agaciel continuará a dar expediente no Senado porque é funcionário efetivo.