Política

DEPUTADO UBIRATAN DIZ QUE PISTOLAGEM NO EXTREMO-SUL PASSOU DO LIMITE

Vide
| 02/03/2009 às 22:02
Deputado Getúlio Ubiratan pede proteção à Assembléia Legislativa
Foto: Foto: BJá
  O deputado Getúlio Ubiratan (PMN), da base do governo e representante do Extremo Sul na Assembléia Legislativa, em pronunciamento emocionado, nesta segunda-feira, 2, cobrou providências do governador Jaques Wagner (na primeira pessoa) contra a violência instalada na região e disse que, embora ameaçado, falava em defesa de uma população apavorada e perplexa com a inépica da Polícia.

  Segundo Ubiratan, desde o assassinato do ex-deputado Maurício Cotrin, em 2007, cinco pessoas já foram também executadas a tiros em emboscadas e/ou a plena luz do dia, sendo a última delas, testemunha importante no processo, Maria Angelina Nogueira Guimarães, mais conhecida como Regina Cotrin, 54 anos, viúva do ex-deputado. 

  "Não temos mais a quem apelar, salvo ao governador. Já foram delegados especiais para a região, agentes, investigadores, e nada se resolve. O que tem acontecido é o aumento da criminalidade, a impunidade e a instalação de um crime de absoluto terror", diz o deputado indignado pelo fato do secretário de Segurança ter lhe pedido um "boletim de ocorrências".

  Ubiratan destaca que o governo está "desmoralizado e desacreditado" no Extremo Sul a ponto de ocorrerem crimes a luz do dia, como dos empresários Estácio e João Paulo, em Teixeira de Freitas, "nas barbas da Polícia". Ubiratan disse, em plenário, que os assassinos de Regina mataram a mulher e sairam andando, pegaram um carro, "e só faltaram acenar, dar adeus a Polícia". 
 
  O deputado pediu proteção à direção da Mesa da ALBA, no momento do seu pronunciamento presidida pelo vice-presidente Rogério Andrade, que prometeu todas as providências. O deputado Gildásio Penedo (DEM) sugeriu, também, que a Comissão de Segurança se desloque para Texeira de Freitas, imediatamente.

  NARRATIVA
 
  Regina Cotrin foi assassinada na noite do último sábado, no bairro Monte Castelo, cidade de Teixeira de Freitas, a 826 km de Salvador.


  Ela saíu de um restaurante, em companhia das duas filhas menores de idade e seguia em direção onde seu veículo de marca Golf prata, que estava estacionado.
 
  A família foi abordada por um homem ainda não identificado, que disparou cinco tiros contra Regina, que morreu no local.

   O marido dela, o ex-deputado estadual Maurício Cotrin também foi assassinado com cinco tiros em setembro de 2007 e desde então os assassinatos em série de pessoas ligadas à Maurício Cotrin, morto quando fazia uma caminhada, na cidade de Itamaraju, intrigam a polícia.


   De acordo com as investigações policiais, Cotrin teria tomado empréstimos de R$100 mil com ciganos, em 2004, a pedido de Frei Dilson Santiago, que era candidato a prefeito da cidade. O não pagamento da dívida teria provocado a execução do ex-deputado.
 
   Foi a quinta morte ligada ao ex-deputado em menos de um ano. Além de Regina, já tinham sido mortos: o empresário Estácio Silva Gomes, 54 anos, e o seu filho João Paulo Gomes Silva, de 26 anos, em Teixeira de Freitas; além dos pistoleiros Antonio Medeiros, conhecido como Alemão, 50 anos, em Eunápolis, e Paulo Pereira da Anunciação, 36 anos, em Porto Seguro.

   Estácio foi o principal informante da polícia nas investigações que resultaram na prisão dos primeiros suspeitos de terem matado o ex-deputado. Alemão chegou a ser preso sob a acusação de ter assassinado Cotrin, a mando do agiota alagoano Floro Calheiros, por causa de uma dívida que teria sido contraída para uma campanha eleitoral.

   Paulo Pereira foi morto na mesma noite em que `Alemão´ foi executado. A polícia acredita que ele tenha participado da morte de `Alemão´ e foi eliminado em seguida pelos próprios contratantes, como queima de arquivo.

   Floro Calheiros, suspeito dos crimes em série, fugiu em dezembro do ano passado de um hospital de Maceió, onde estava internado para tratamento de problemas intestinais.


   De acordo com os deputados Gildásio Penedo Filho (DEM) e Elmar Nascimento (PR), com a denúncia de Getúlio Ubiratan e o pedido de providências contra a violência em Itamaraju, hoje, na tribuna da Assembléia, ele passa a ser uma potencial vítima da pistolagem na região. Também se solidarizaram e exigiram providências, os deputados Heraldo Rocha (DEM), João Carlos Bacelar (PTN) e Paulo Azi(DEM).