O vereador Alan Sanches (PMDB), futuro presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, a ser eleito na próxima semana, omitiu o nome do prefeito João Henrique nos agradecimentos de público que fez, nesta quinta-feira, 29, numa entrevista ao Ligação Direta da Nova Salvador FM, sobre o consenso que busca em torno do seu nome, até o momento, com a adesão de 35 vereadores.

  Alan disse que devia essa sua performance ao ministro Geddel Vieira Lima, ao presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, e aos secretários municipais Almir Melo (Transportes) e Fábio Mota (Serviços Públicos). E, obviamente, a sua persistência e determinação em colocar o seu nome à disposição do partido e ter êxito na "costura" de alianças. 

  Sobre uma nota que a assessoria de imprensa do prefeito João Henrique liberou ontem, à noite, apelando tardiamente ao consenso, Alan disse que faz parte da política, mas, preferiu não entrar em detalhes.

  "Nós estamos trabalhando esse consenso desde o início do processo deflagrado a partir da renúncia do vereador Alfredo Manguera e, no momento em que nossa direção partidária e o ministro Geddel disseram que o PMDB não abriria mão da presidência", confidenciou.

  METAS  

  São metas do novo presidente da Câmara para o Poder Legislativo do Município mais transparência, independência e trabalho harmônico com os Poderes Executivo e Judiciário. 

  Alan entende que o Poder Legislativo nos últimos anos perdeu muito a confiabilidade junto à opinião pública e é preciso resgatar essa função. 

  Para tanto, espera melhorar a relação da Câmara com os meios de comunicação, dotar a Casa de uma sala de imprensa com melhores condições de trabalho, instituir a Rádio Câmara, instalar um protocolo eletrônio e modernizar a instituição.

  - Vamos dar um choque de gestão na Casa Legislativa do Município - confessa Alan, o qual, aos 41 anos de idade, médico, ex-PSDB, não deseja falar de seu futuro político embora admita que ganhou um lugar na fila na sucessão do prefeito João Henrique.

  COMENTÁRIO DO
  BAHIA JÁ

  De fato, a eleição de Alan Sanches para presidente da Câmara de Vereadores de Salvador é uma novidade política. Primeiro porque quebra o ciclo de presidentes da Instituição que são profissionais da política - Pedro Godinho, Gilberto José, Valdenor Cardoso - e também representa o novo.

   Outra exceção, diga-se de passagem, foi o ex-vereador Emmerson José, hoje, dedicado ao radialismo.

  Alan tem uma trajetória de vida política curta, porém, bastante agressiva do ponto de vista de suas participações na Casa Legislativa. Ele não considera um "trator" nem "autoritário", mas, tem seu jeito de fazer política.

   Trata-se, pois, de um nome a ser inserido na sucessão do prefeito João Henrique, em 2014, desde que tenha uma atuação destacada como presidente da Câmara e consiga reaproximar a Casa da Cidadania da população com independência e dignidade.

   Caso contrário, pode ser o novo ouvidor da Prefeitura, como aconteceu com Valdenor Cardoso, um presidente que, embora tenha realizado alguns trabalhos importantes - TV Câmara, Memorial, Centro de Cultura - envergonhou bastante o Poder Legislativo municipal.