"O aumento da violência surpreendeu até as autoridades policiais que esperavam que este número de assassinatos só seria possível alcançar no próximo final de semana. Mas estamos a seis dias do ano novo e o número de assassinatos continua crescendo", afirmou o deputado. Hoje, segundo o deputado 70% das mortes violentas ocorridas na Bahia são assassinatos, enquanto na década de 90 até 2004, este número chegava a 50% dos crimes.
QUADRO CRÍTICO
"Estudiosos já avaliam o que todos já sabem: estamos vivendo um quadro crítico. Nos últimos dois anos, estamos em uma crescente no número de homicídios. É uma crise anunciada que tende a se agravar. Precisamos de medidas efetivas do governo, conforme destacou a professora universitária Heloniza Costa, do grupo gestor do Fórum Comunitário de Combate à Violência (FCCV).
Os próprios dados oficiais, da própria Secretaria de Segurança Pública (SSP), apontam um crescimento na criminalidade: foram 2.189 homicídios registrados em 2008 na grande Salvador - contra 1.665 casos em 2007 e 1.223 em 2006. Isso representa uma média diária de seis homicídios em 2008", afirmou Bacelar, destacando que nos primeiros dias de 2009, esta média subiu para dez crimes/dia, superior a de janeiro de 2006, de 4 homicídios dia, mantida no mesmo período de 2007, elevando-se para cinco em 2008, o que desmonta o discurso do governo de que a criminalidade era maior no governo passado.
Os organismos sociais confirmam, segundo o deputado, o que a oposição vêm denunciando desde o início do atual governo: ausência de medidas de prevenção e políticas públicas, principalmente nas áreas de educação e formação, como atestou o fórum comunitário de combate a violência.
"O mais grave é que diante deste quadro, não vemos o governo apresentar solução para esta situação de violência e sequer ouve as entidades que podem apresentar alternativas para o combate à violência. Este fórum mesmo está desde agosto tentamos uma audiência com o governo e não consegue. Já se trocou secretário, comandante da Polícia Militar e os números da violência só aumentam. E constatamos a falência das políticas públicas não só de segurança, mas também de educação, de ação social e de combate às desigualdades, sobretudo raciais", concluiu Bacelar, exigindo do Estado ações que revertam os números da violência no Estado.