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Proposta é dos deputados Issac Cunha e Neusa Cadore, ambos do PT
Foto: Foto: Divulgação
Os deputados petistas Isaac Cunha e Neusa Cadore apresentaram, nesta terça-feira (12), projeto de resolução à Assembléia Legislativa para a concessão do título de cidadã baiana à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef.
A proposta visa homenagear a ministra, que tem se destacado no cenário nacional pela atuação no desenvolvimento social e econômico do Brasil e na defesa dos princípios democráticos. Ocupantes de um dos mais importantes cargos do governo Lula, a Casa Civil, Dilma é responsável pelo gerenciamento dos demais Ministérios e do principal programa do segundo mandato governo Lula, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Ela integra a equipe do presidente Lula desde 2002, quando atuou na coordenação da equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição. Entre 2003 e 2005 assumiu o Ministério de Minas e Energia, enfrentando e conseguindo livrar o Brasil da crise do "apagão elétrico", com o aumento da oferta de 14,8% de energia e a construção de novas hidrelétricas.
CONTRIBUIÇÃO
HISTÓRICA
Os deputados Isaac e Neusa justificam que o título de cidadã baiana é um reconhecimento de Dilma à sua contribuição histórica para o país e para a Bahia. Para o deputado Isaac Cunha, a partir da articulação de Dilma e Lula o estado brasileiro voltou a cumprir um papel preponderante na economia e no processo de desenvolvimento.
"Dilma, sob o comando de Lula, assumiu a tarefa de sepultar a visão neoliberal do Estado, e implementar as obras necessárias ao desenvolvimento sustentável e consistente de nossa Nação", ressalta o parlamentar. "Numa sociedade que ainda não reconhece o importante papel desempenhado pela mulher, Dilma não aceitou suas limitações, preferiu superá-las e com isso, soube, como ninguém dignifica sua condição de mulher", frisa a deputada Neusa Cadore.
A Ministra também destaca-se pela competência, dedicação e fidelidade ao presidente Lula. Ex-presa política, enfrentou os anos mais duros da ditadura militar. Sua trajetória política teve início aos 20 anos, quando ainda era estudante de economia e passou a militar na Polop (Política Operária), organização revolucionária de esquerda que fazia um ferrenho enfrentamento ao regime.
Sobre esta época, disse mais tarde em entrevista à revista Istoé: "O AI-5 foi meu presente de 21 anos. Saiu na véspera de meu aniversário, 14 de dezembro de 1968". A Polop se transformou em Comando de Libertação Nacional (Colina), que reunia pequenos grupos da esquerda radical, e a estudante Dilma virou professora, ensinando marxismo a militantes do setor operário, até alcançar a direção da Colina. E novamente Dilma se destacou ao planejar o que seria o mais rentável golpe da luta armada em todo o mundo: o roubo do cofre de Adhemar de Barros, ex-governador de São Paulo.
VAR-PALMARES
Com a fusão da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) do capitão Carlos Lamarca com o Colina de Dilma Rousseff, passou a existir a Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR-Palmares), que executou a expropriação do cofre de um dos mais corruptos políticos brasileiros da época, o governado Adhemar de Barros, em 1969. Em janeiro de 1970 foi presa pela ditadura militar. Seriam os tempos mais difíceis de sua vida.
Aos 22 anos, Dilma foi levada pelo antecessor do DOI-Codi, a Oban (Operação Bandeirante) para a rua Tutóia, mesmo local aonde o jornalista Wladimir Herzog foi assassinado após bárbaras torturas. Durante 22 dias Dilma Rousseff foi torturada. Depois foi transferida para o presídio Tiradentes onde ficou até 1973.
Uma vez livre, mas punida pelo Decreto 477 que bania "subversivos" da universidade, teve que prestar novo vestibular para então formar-se em economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No projeto de resolução, os parlamentares ressaltam que Dilma Roussef recomeçou a sua vida para mais tarde se transformar, durante o governo Lula, em uma das figuras públicas mais importantes do Brasil. "Hoje seu nome é sinônimo de competência administrativa, desenvolvimento econômico, honestidade e coragem e uma das figuras mais cotadas para a sucessão do presidente Lula", afirmam.