"O Garibaldi foi eleito, o mandato dele pode até não ter sido de dois anos, mas houve votação para escolhê-lo. Haverá recurso [à candidatura] indiscutivelmente", disse a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Garibaldi disse que sua candidatura poderá ser questionada somente após as eleições à Mesa Diretora do Senado. "Só no dia da eleição há registro de chapas. Antes, não está previsto nenhum rito, por isso não há como questionar. Lá eles poderão até questionar, mas tudo fica mais difícil se eu já tiver sido eleito", afirmou o senador.
O PT já lançou o nome do senador Tião Viana (AC) à presidência do Senado e esperava o apoio do PMDB na disputa --uma vez que o PT vai apoiar o deputado Michel Temer (PMDB-SP) na corrida pela presidência da Câmara. Os peemedebistas, porém, já decidiram que terão candidato próprio no Senado porque argumentam que as eleições nas duas Casas são processos distintos.
POSTURA DO
SENADOR
Com a decisão de Garibaldi, o PT já sinaliza que poderá romper o acordo firmado na Câmara. Ideli disse que vai procurar o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) --que é primo de Garibaldi-- para criticar a postura do senador.
"Uma das minhas primeiras tarefas hoje será conversar com o líder. A gente tem todo cuidado para separar os processos, mas o Garibaldi é primo do Henrique Eduardo", disse Ideli.
O peemedebista decidiu oferecer sua candidatura ao partido depois de receber parecer do jurista Francisco Rezek que considera legal o seu ingresso na disputa. Rezek argumenta que a eleição de Garibaldi não passou pelas sessões preparatórias, foi um mandato de um ano, e, por essa razão, sua eleição não significaria recondução ao cargo.
Garibaldi assumiu o cargo em um mandato-tampão no final do ano passado, com o afastamento do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).