Política

DESABILITAÇÃO GESTÃO PLENA DE SAÚDE EM ITABUNA GERA POLÊMICA NA ALBA

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| 20/11/2008 às 22:28
Deputado Paulo Rangel, PT, diz que Solla é um secretário incapaz de fazer maldades (F/D)
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Os líderes da Oposição, deputado João Carlos Bacelar (PTN) e do Democratas, deputado Heraldo Rocha, voltaram a criticar a atitude da Secretaria de Saúde do Estado por ter descredenciado o município de Itabuna do sistema de gestão plena de saúde. De acordo com Bacelar, o secretário Jorge Solla faz com Itabuna o mesmo que ele fez com a cidade do Rio de Janeiro.

Em 2006, às vésperas das eleições presidenciais,, o Ministério da Saúde determinou a intervenção na Saúde do Rio de Janeiro, numa medida igualmente autoritária como a que ocorre agora com Itabuna e trouxe sérios prejuízos ao governo estadual e federal, com desperdício de recursos públicos na montagem e desmontagem da infra-estrutura para prestar um atendimento sofrível à população.


"O secretário Jorge Solla estava à frente desta intervenção, da mesma forma que quer fazer agora em Itabuna. A intervenção no Rio foi um verdadeiro fracasso e um desserviço à população local", enfatizou. "A região cacaueira está atenta a esta decisão politiqueira, idealizada e perpetrada pelo secretário Jorge Solla. Esta decisão foi tomada no mês de setembro para prejudicar os candidatos de Oposição do município de Itabuna. É uma decisão extremada, violenta, autoritária", completou.


LÍDER DO PT

O líder do PT, deputado Paulo Rangel, destacou que a desabilitação da gestão plena em Itabuna é idêntica ao que o então PFL fez na cidade de Porto Seguro, em 22 de fevereiro de 2004, mas, naquele momento o deputado Heraldo Rocha nada falou, ficou mudo.

Segundo Rangel o que aconteceu em Itabuna foi a constatação de irregularidades na gestão da saúde, com ausência de pagamento de salários e serviços. Lembrou, ainda, que em 2007, o próprio prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, disse que não tinha condições de manter a direção do Hospital e Base, e, o que é pior, deixou de utilizar-se de R$7 milhões nos serviços de atendimento de saúde de alta complexidade.

Além disso, diz Rangel, a decisão tomada em Itabuna foi colegiada a partir de uma decisão de todos os secretários de Saúde municipais da Região Sul do Estado. Segundo Rangel, "o secretário Solla é incapaz de perseguir quem quer que seja", concluiu.

PROCESSO FOI POLÍTICO
 
Já Heraldo Rocha lembrou que o município de Itabuna atende 123 municípios pactuados , através da gestão plena. "Até agora a base aliada não respondeu às denúncias da Oposição de que o descredenciamento foi um ato eminentemente político". Heraldo Rocha lembrou que no dia 03 de setembro, o secretário de Saúde do Estado, sabendo que ia ser derrotado na eleição entrou com uma representação, um mês antes da eleição, na Comissão Bipartite, para desabilitar a gestão plena de Itabuna.


"Ingressei com uma representação do procurador-chefe da Procuradoria da República do Estado da Bahia, dr. Danilo Pinheiro Dias, e o procurador-geral da Justiça da Bahia, dr. Lidivaldo Raimundo Brito, pedindo para que seja revogada a decisão da Comissão Intergestora Bipartite (CIB) da Bahia em desabilitar Itabuna da Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde.

Ingressei com representação contra o secretário de Saúde e coordenador da Comissão Intergestora Bipartite (CIB) da Bahia, por ter adotado a deliberação prejudicial ao município, objetivando fazer com que a rede de saúde municipal voltasse ao controle do Estado", destacou o parlamentar.


"Esta é outra pérola. Eles que nos criticaram tanto, por não implantarmos a gestão plena de saúde, estão querendo retirar a gestão plena de saúde de Itabuna. Há de se destacar também que até mesmo as auditorias da própria Sesab, feitas previamente em Itabuna, não constataram nada de anormal que justificasse tal atitude, do secretário municipal de Saúde traduzindo-se em um forte indicativo de se tratar de uma desabilitação meramente política, e, caso se concretize será extremamente prejudicial a diversas microrregiões que sempre recorrem ao município de Itabuna", concluiu Rocha.