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Governador antecipa reforma do secretariado ao chegar dos Estados Unidos (F/Manu Dias)
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O governador Jaques Wagner anunciou uma reforma no seu quadro de secretários e deve começar 2009 com uma nova configuração política.
Ainda não há detalhes quais serão os nomes removíveis e considerou "natural que, daqui até dezembro, a gente faça algumas modificações para a segunda metade do governo". Entre as mudanças pode estar o desligamento do PMDB das duas secretarias que comanda, a da Infra-estrutura e da Indústria, Comércio e Mineração.
A reforma, segundo o governador, seria feita entre os meses de março e abril, entretanto, foi adiada em função da proximidade das eleições. De qualquer modo, a mudança de secretariado acontecerá em um momento decisivo para a aliança PT-PMDB nos âmbitos estadual e federal.
No pleito em Salvador, os petistas foram tratados como adversários pelos peemedebistas, que se aproximaram do DEM no segundo turno. Agora, o PT convive com a expectativa de que os democratas passem a integrar a administração municipal do prefeito reeleito João Henrique Carneiro (PMDB).
Por outro lado, o PSDB, principal opositor ao governo do presidente Lula, inclusive na disputa pela Presidência da República em 2010 , integra a base de apoio do governador e no segundo turno na capital baiana se aproximou do candidato petista, o que gerou especulações sobre a entrada efetiva dos tucanos no governo Wagner, assumindo alguma secretaria.
Apesar de o governador não adiantar por onde começarão as mudanças, a expectativa nos bastidores do poder e dos partidos é que a reforma atinja além das secretarias sob o comando do PMDB, as secretarias de Relações Institucionais (Serin) e, principalmente, do Desenvolvimento Urbano (Sedur), ambas nas mãos do PT.
"As especulações são um reconhecimento do trabalho do governo nas áreas de habitação e saneamento. Antes, ninguém ouvia falar da Sedur. Em um ano e meio da nossa gestão, o orçamento da secretaria passou de pouco mais de R$ 100 milhões para R$ 700 milhões, e o número de convênios saltou de 28 mil para 26 mil. Este cenário transformou a Sedur em atrativo para os outros partidos", afirmou Afonso Florence, titular da secretaria, destacando que não cogita a sua saída e "em nenhum momento fui posto em estado de alerta pelo governador. Contudo, sou um homem de partido, sempre estive e estarei no projeto de governo, estando à frente de uma secretaria ou não", ressaltou.