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Neto admite aliança para governador com Geddel e João Henrique (Foto/Div)
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O líder do Democratas na Câmara Federal, deputado ACM Neto, disse hoje (dia 26) que a partir de amanhã vai começar a preparar o partido para as eleições de 2010.
Neto afirmou que pretende se reunir com o presidente nacional da legenda, deputado Rodrigo Maia (RJ), e com as demais lideranças democratas para avaliar os erros cometidos nas eleições deste ano e, principalmente, discutir estratégias para que a sigla possa ser protagonista nas eleições presidenciais, com candidato próprio ou em aliança com o PSDB e até mesmo o PMDB, que integra a base governista.
"Lembro que, aqui na Bahia, fizemos uma aliança com o PMDB agora no segundo turno. De modo que é um caminho que podemos traçar para 2010, tanto nas eleições estaduais quanto presidenciais", declarou. "Sempre defendi que o ideal é que a gente tenha candidato próprio. Acredito que time que não entra em campo não tem torcida. Mas não vamos apostar em aventuras. Por isso estaremos abertos a conversas", salientou.
SOBRE SERRA
ACM Neto disse que, no cenário atual, o governador José Serra (PSDB) está em vantagem e reúne totais condições de ter o apoio do Democratas nas eleições presidenciais. "José Serra é um grande administrador, um homem inteligentíssimo, já mostrou que pode chegar lá e governar o maior estado do país. Agora, ele ajudou na eleição de Gilberto Kassab (prefeito do Democratas que deverá ser reeleito hoje). De modo que Serra reúne todas as condições de ser candidato à Presidência e de obter o nosso apoio".
Neto afirmou que, no ninho tucano, também corre por fora o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. O deputado ponderou, no entanto, que a questão da Bahia será discutida nas conversas nacionais com o PSDB sobre 2010. "O PSDB da Bahia não pode ser linha acessória do PT", frisou ACM Neto.
Em Salvador, nas eleições deste ano, se os tucanos tivessem apoiado o Democratas, que é o maior partido de oposição ao PT no estado, Neto, que teve uma excelente votação, poderia ter chegado ao segundo turno.
Sobre a força do presidente Lula nas eleições municipais, Neto afirmou que
Votação - As declarações de ACM Neto foram dadas após ele votar no prefeito João Henrique Carneiro, que disputa a prefeitura de Salvador com o apoio do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional). O líder democrata votou no final da manhã, na Faculdade de Administração da Ufba, ao lado do pai, o senador ACM Júnior; da avó, dona Arlette Magalhães; da mãe, Rosário Magalhães; da esposa, Lídia Magalhães; e da filha Lívia, que tem apenas um ano e seis meses.
DIMENSÃO
ACM Neto afirmou que o prefeito João Henrique é quem dará a dimensão do apoio que o Democratas lhe dará na sua segunda gestão. "Mas ressalto que o nosso apoio no segundo turno não foi condicionado a cargos. Queremos que o prefeito tenha total liberdade para montar a sua equipe com os melhores e mais qualificados. Tanto que o nosso compromisso de apoio ao prefeito será mantido na medida em que ele cumpra o que acertou conosco, que foi o de implantar propostas que apresentamos no primeiro turno".
João Henrique assinou um termo de compromisso garantindo, por exemplo, implantar um órgão municipal para a área de segurança pública e fortalecer o Bolsa Família, que foram propostas apresentadas por Neto no primeiro turno. Questionado sobre o seu papel no crescimento de João Henrique, Neto afirmou que acredita nos números. Ele lembrou que o crescimento do prefeito nas pesquisas aconteceu justamente após o apoio do Democratas.
ACM Neto também comentou a crise entre PT e PMDB na Bahia, afirmando que ela começou quando os petistas deixaram a administração do prefeito João Henrique "aos 45 minutos do segundo tempo", e não no segundo turno das eleições. A diferença no segundo turno é que o governador Jaques Wagner assumiu a campanha de Walter Pinheiro, quando no primeiro turno ele tinha três candidatos. "Não quero dizer o que o governador deveria ter feito, mas como analista acho que Wagner não deveria ter entrado na campanha como entrou. Assim, ele poderia comemorar a vitória com qualquer um dos dois candidatos, que fazem parte de partidos da sua base", avaliou.