São infundados os boatos publicados em sites noticiosos dando conta de que a polícia teria parado para revistar ônibus transportando trabalhadores sem-terra, que se deslocaram do Recôncavo para Salvador a fim de colaborar com a campanha do candidato a prefeito Walter Pinheiro. Quem garante é o membro da direção do movimento, Eudes Queiroz, coordenador da mobilização em favor do petista.
"Nenhum ônibus dos sem-terra foi preso ou ficou parado por ação policial. Nós estamos aqui por reconhecer em Pinheiro um aliado histórico dos trabalhadores, pois ele sempre defendeu os movimentos sociais e tem colaborado com os sem-terra da Bahia", explicou Eudes Queiroz. Ele reiterou o modo de atuação pacífico dos trabalhadores, e estranhou a tentativa de criação de um clima de confronto pela campanha adversária.
No jornal A Tarde de hoje (dia 25), o presidente do PMDB, Lúcio Vieira Lima, afirma que a presença dos sem-terra contribui para "tensionar ainda mais a situação" e insinua que os "militantes" do PMDB poderão "transformar [a presença dos trabalhadores] numa guerra, eu não posso impedir o meu povo de reagir", numa clara incitação à violência no dia da eleição. O dirigente dos sem-terra repudiou essas insinuações e reafirmou a disposição pacífica da atuação dos militantes e simpatizantes do movimento.
VIOLÊNCIA
A tentativa de criar um clima de violência já fez vítimas nesta campanha. Um militante do PT registrou queixa na 12ª. Delegacia (Itapuã), no dia 18 de outubro, por ter sido agredido por um grupo armado. Está registrado no Boletim de Ocorrências que ele estava com um grupo de seis pessoas no Parque de Exposições, na Paralela, pintando um muro, quando apareceram cinco homens não identificados a bordo de dois veículos, um VW/Gol, prata, placa JPS 6101, e um Ford/Focus, grafite, placa policial JQU 8481, dizendo seus ocupantes serem policiais. Havia adesivos do candidato João Henrique nos veículos. Eles já chegaram agredindo o grupo com socos e pontapés.
As vítimas foram Adeílson Rodrigues de Almeida, que levou uma coronhada com um revólver 38, Fabiana Portela dos Santos, que levou um tapa nas costas e ainda foi ameaçada pelo agressor que afirmou que "na próxima vez vai atirar"; Juliete Silva Lorens, bruscamente empurrada e ameaçada, "apesar da gravidez em estágio avançado", e José Luiz Pereira e Roberto Cidade da Silva, igualmente atacados. Os agressores ainda derrubaram os baldes de tintas nos muros pintados e amassaram os vasilhames dizendo para o grupo não voltar mais ao local. Fotos dos danos provocados e das pessoas agredidas foram apresentadas.