Política

PINHEIRO DIZ QUE JOÃO NÃO SE RELACIONA COM NINGUÉM E DESCARTA ALIADOS

Vide
| 23/10/2008 às 23:57
Milhares de pessoas participaram da manifestação no centro da cidade (F/João Alvarez)
Foto:
  São só três dias que nos separam da nossa vitória. Vamos mostrar a nossa força, a nossa garra!", convidou o candidato a prefeito Walter Pinheiro, agradecendo a participação de milhares de pessoas que compareceram à "Caminhada da Vitória", encerrada na porta do Palácio Thomé de Souza, na Praça Municipal, hoje (23).


  Entusiasmado com a "onda vermelha" que tomou a Avenida Sete, arrastando jovens e até antigos militantes que decidiram voltar às ruas pela sua eleição, Pinheiro mostrou-se muito confiante, mas procurou motivar ainda mais a militância da coligação "Salvador-Bahia-Brasil" (PT, PSB, PCdoB, PV) e dos aliados do segundo turno. "Não vamos vacilar, vamos continuar batalhando", enfatizou, chamando a participação de todos para a carreata que será realizada no sábado.


  Na Praça Municipal tomada  pela "onda vermelha", funcionários que ainda finalizavam o expediente no Palácio Thomé de Souza puderam ouvir o pronunciamento de Pinheiro, que também dirigiu  duras críticas e ironias contra o atual prefeito e à sua campanha. "Eles estão inventando agora de mostrar que são verdes, mas estão é com dor na consciência, com culpa porque devastaram o verde da nossa cidade, com esse coração que amarelou. Mas o coração de Salvador é vermelho! O nosso sangue é vermelho! E o vermelho vai vencer no dia 26!"


  O tom mais duro contra o adversário foi quando o petista se referiu ao prefeito como um sujeito que não se relaciona com ninguém e vai descartando os que já não o interessam, como fez com o vice-prefeito, Marcelo Duarte (PSDB), um dos maiores juristas do estado, que emprestou a sua credibilidade para socorrer João Henrique, que havia colocado em sua chapa, um candidato a vice acusado de envolvimento com "falcatruas". Mas, uma vez eleito, o prefeito "descartou" quem já não o interessava mais.


  A candidata a vice-prefeita, Lídice da Mata falou antes de Pinheiro, no alto de um minitrio, e mostrou sintonia com o petista,  agradecendo e injetando ânimo na militância e também disparando duras críticas contra o candidato do PMDB. "Ingratidão mata paixão, João! É hora do povo de Salvador mostrar que tem paixão pela nossa cidade", disse a vice, depois de elencar os momentos de dificuldades em que João Henrique sempre pôde contar com o apoio de Jaques Wagner, como ministro, na articulação para trazer recursos que pagaram o 13º salários dos servidores municipais, e agora como governador. "Ele se disse aliado do governador no primeiro turno, e agora o ataca para atingir a candidatura de Pinheiro".


De volta às ruas


A "onda vermelha" da caminhada de Pinheiro seguiu do Campo Grande, às 14:30h, até a Praça Municipal, chamando atenção também pelo clima de animação, a utilização de elementos lúdicos como os conhecidos bonecões de Lula, Wagner, Pinheiro e Lídice, malabares  e  artistas populares, além da produção de militantes que exibiram criatividade, com perucas coloridas, vestidos estilizados com o número 13 e outras peças.


Esta última grande caminhada no centro contou com a participação do secretário nacional do PT, o deputado federal José Eduardo Cardoso, do ex-governador Waldir Pires,  do bispo Marinho, secretários estaduais, deputados federais e estaduais baianos,  prefeitos eleitos e vereadores, dirigentes de órgãos federais e dos partidos políticos, inclusive o novo aliado Nestor Duarte, do PSDB. Mas  atraiu também  militantes históricos e anônimos, que há muito tempo não compareciam às atividades de rua.


"Isso é que é caminhada da vitória! Estou muito confiante, vendo que até os antigos  militantes saíram do armário e vieram reforçar a campanha de Pinheiro, para mostrar que Salvador tem o coração vermelho. Nunca vi esse tanto de gente nas nossas campanhas", observou a aposentada Maria Creuza Rodrigues de Miranda, 63 anos. O secretário de Saúde do Estado da  Bahia, Jorge Solla, também concordou: "Hoje vi gente que eu já não encontrava há uns dez anos. Isso é muito bom! Só vejo tanta gente assim nessa avenida durante o Carnaval".


Afastado há muito tempo da militância partidária, por motivos profissionais e acadêmicos, o bibliotecário da UFBA e professor de filosofia, Francisco Marcos, 52 anos, também comemorou: "O PT é um partido de chegada. Agora, mais do que nunca, a gente está acreditando nisso", comentou. O líder do Governo, na Assembléia Legislativa, Waldenor Pereira, mostrou-se animado com o clima e vibrou por reencontrar na caminhada antigos companheiros, de luta política: "A nossa militância faz a diferença. Por isso, estamos confiantes na vitória de Pinheiro e Lídice, que vão trazer para Salvador o projeto político que o presidente Lula adotou e chegou para as cidades onde os gestores souberam encaminhar com competência e responsabilidade".