Política

GEDDEL DIZ QUE NÃO VAI RESPONDER AOS QUE NÃO ENTENDERAM LIÇÕES LULA

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| 23/10/2008 às 23:26
Em Cajazeiras, João adota novamente a postura paz e amor de 2004 (Foto/Fábio di Castro)
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   À medida que vai se aproximando o final da disputa pela prefeitura de Salvador, cuja decisão acontece no próximo domingo (26) os eventos de campanha da coligação Força do Brasil em Salvador vão ganhando contornos mais nítidos de vitória. Isso é o que pensa, por exemplo, o eletricista Waldemar Cruz, 48, morador de Cajazeiras X, localidade escolhida pela coordenação da campanha pela reeleição de João Henrique para realizar o último comício deste segundo turno das eleições, ocorrido na noite desta quinta-feira, (23).

Homem simples, trabalhador, "seu" Vavá, como é conhecido pelos amigos, tem o hábito de dormir cedo: às 9 horas da noite, segundo conta. Mas ontem, preferiu perder algumas horas de sono para acompanhar de perto o comício de João. "Não podia perder. Tenho minha casa própria graças ao pai dele, o ex-governador João Durval, político a quem sou muito agradecido", disse o trabalhador que acorda, normalmente, às 6 da manhã.


"Seu" Vavá não foi o único a chegar cedo no campo de futebol de Cajazeiras X para participar da festa da coligação Força do Brasil em Salvador. Uma multidão de pessoas, a maioria moradora do imenso bairro que é Cajazeiras, implantado na década de 80, pelo tão governador João Durval, e que se transformou em um dos maiores programas de habitação popular de Salvador.


Cajazeiras é uma verdadeira cidade dentro da cidade de Salvador, um dos maiores colégios eleitorais da capital baiana. Lá, os candidatos da coligação Força do Brasil em Salvador, João Henrique e Edvaldo Brito, obtiveram 38% dos votos no primeiro turno da disputa pela prefeitura de Salvador.


Por isso, a escolha pelo bairro para a realização do comício. "Fiz dois comícios neste segundo turno das eleições: um no subúrbio e este de Cajazeiras. Essa é a minha forma de agradecer a expressiva votação que vocês me nos deram", falou João, pedindo para que os moradores repitam o resultado. No subúrbio ferroviário, a chapa João/Brito obteve 48% dos votos.


 Humildade


 No palanque de João, figuras expressivas da política baiana e nacional. O ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, dois ex-governadores - Paulo Souto e Joõ Durval -, os deputados federais ACM Neto, Maurício Trindade, Marcos Medrado, Paulo Magalhães entre outros. Vereadores, secretários e lideranças comunitárias formavam o cenário.
 
A expectativa era de discursos duros revidando as agressões sofridas por parte dos adversários que, na noite da última quarta-feira, no comício que realizaram no mesmo local que João havia feito na semana passada, bateram pesado no prefeito e seus aliados.


Mas João, Geddel, ACM Neto, Paulo Souto e todos os outros que se pronunciaram preferiram ignorar os ataques. Usaram o tempo para pedir aos eleitores que continuem firmes, que não descansem um só minuto até estar garantida a reeleição do prefeito João Henrique.


Quem começou dando o tom ameno aos pronunciamentos foi o ministro Geddel Vieira Lima. Lembrou que o presidente Lula foi candidato em cinco eleições. Perdeu três, ganhou duas. E deixou, tanto nas derrotas quanto nas vitórias um grande ensinamento: o da humildade na vitória e o da dignidade, nas derrotas, porque vitórias e derrotas fazem parte do jogo da democracia."Tenho convicção de que vamos ganhar e vamos abraçar a humildade. Não vamos responder àqueles que não entenderam as lições do presidente Lula", disse.


Foi justamente com base nesta lição que Geddel parabenizou a "altivez" do deputado ACM Neto em apoiar a candidatura de João. Neto foi derrotado no primeiro turno da disputa eleitoral. Geddel destacou o fato de, apesar de em nível nacional serem adversários, já que ele, Geddel, é ministro do governo de Lula, a quem Neto faz oposição, mostra a sua altivez.
 
"Sei que, mesmo preservando seus ideais, será capaz de construir o diálogo em favor da responsabilidade para com o povo brasileiro. Estamos enfrentando uma crise mundial e sei que apoiará as decisões que o governo precisará adotar para garantir a tranqüilidade do País".


Geddel falou ainda do apoio que João terá dos dez ministros, o que significa o apoio do presidente que, ao decidir não se envolver na disputa municipal, deixou que a escolha aconteça livremente porque, qualquer que seja o vencedor, terá seu apoio. O ministro pediu que cada cidadão ajude a "construir uma Salvador mais justa, mais digna" votando no 15, votando em João.


Apoio decisivo


Para o candidato à reeleição, João Henrique, o apoio do deputado ACM Neto, que obteve uma votação de 27% no primeiro turno, vai decidir essa eleição. Por isso, agradeceu a decisão dos Democratas em apoiarem a sua candidatura. Neto confessou não entender porque o PT resolveu criticar a aliança formada com o PMDB. Afinal, disse ele, "fui procurado pelos dois partidos e o PT só começou a desqualificar a aliança após ter seu pedido negado".


Disse que a decisão foi pensada e que ficar ao lado de João foi resultado de muita reflexão do seu partido e dos que o acompanharam no primeiro turno. "Decidimos ficar ao lado da reeleição de João pelo compromisso assumido por ele em ajudar o governo a cuidar melhor da segurança, a dar maior atenção às crianças, às mulheres e aos idosos", dentre outras propostas que defendeu na sua campanha.


Afirmando que o adversário é "tinhoso", "perigoso", Neto conclamou a todos a não descansar. "Só faltam três dias. Ninguém pode descansar. Peço o empenho de todos para buscar cada voto para João, para lutar pela reeleição deste prefeito que é a melhor opção para a cidade. Vou continuar andando por cada canto de Salvador, por todos os bairros, dizendo a cada um de vocês que agora sou 15. Votem no 15, votem em João".