Nota do senador César Borges em resposta a entrevista
do governador Jacques Wagner ao jornal A Tarde de 13.10.2009
- É lamentável que um governador desça do necessário protocolo para dirigir-se a outra autoridade com tal falta de estilo e sobriedade, numa agressividade totalmente desnecessária ao ambiente político que vive hoje a Bahia;
- Esclareço que, em nenhum momento, relatei a jornalistas meus entendimentos com o governador, mas diante dos fatos sou obrigado a dizer que fui, sim, procurado pelo governador na quarta-feira passada, dia 8, por volta das 20 horas, em contato telefônico no qual apresentou a oferta da secretaria da Agricultura em troca de apoio ao candidato dele à prefeitura de Salvador bem como ao seu governo, na Assembléia Legislativa;
- Foi a repetição, no estilo e no conteúdo, de oferta feita pelo seu governo no primeiro turno, para que apoiássemos o candidato do PT; mais uma vez o governador ou representante seu procura o PR nos momentos de decisão política para oferecer secretaria, e chega a ser ingênuo da parte dele querer convencer a sociedade de que uma coisa não tem relação com a outra;
- Ouvi com atenção e prometi ao governador, como era do meu natural dever, levar a proposta para discussão no âmbito do PR, dando resposta oportunamente; posteriormente, na sexta-feira, dia 10, tentei expor ao governador a decisão do partido, mas já não fui atendido;
- Ao contrário de um entendimento cordial, o governador preferiu investir na divisão do PR oferecendo vantagens - inclusive a própria secretaria - para que companheiros nossos apoiassem seu candidato a prefeito, na intenção de esvaziar o evento de apoio oficial do PR ao candidato do PMDB, que ocorreria no sábado;
- Esta atitude desrespeita um partido e suas instâncias de decisão, atentando contra a prática democrática, agravada pela promessa de favor da máquina pública;
- Só posso atribuir a reação destemperada do governador ao desconforto por vir a conhecimento público seu estilo de política pouco republicano, faltando-lhe coragem para assumir o que faz;
- Infelizmente, o governador baiano mostra sua dificuldade em conviver com a divergência política, exigindo que se diga sempre sim e reagindo com desrespeito quando é contrariado;
- Por último, o governador Jacques Wagner está desafiado também a relatar, sob pena da leviandade, qual a prova que possui para atribuir a mim o grampo contra o ministro Geddel Vieira Lima, posto que eu já estava fora do governo baiano quando tal fato se deu, razão pela qual fui excluído, preliminarmente, do processo pelo juiz federal que cuidou do caso;
Senador César Borges