O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que é "mentira" dizer que os delegados Protógenes Queiroz, Carlos Eduardo Pellegrini Magro e Karina Murakami Souzada, da Operação Satagraha, tenham sido pressionados pela cúpula da Polícia Federal a deixar os cargos.
 
"Quem contou essa mentira de que eles foram pressionados eu espero que amanhã ou depois de amanhã desmintam", afirmou Lula após participar da cerimônia de sanção do projeto que cria o piso salarial nacional para o magistério.

Lula indicou que Protógenes Queiroz deu margens para "insinuações" de que teria sido afastado da Operação Satiagraha, e não que tenha deixado o posto para se dedicar ao Curso Superior de Polícia, obrigatório para agentes com mais de 10 anos de profissão.

Segundo o presidente, existem informações de que a Polícia Federal tem um vídeo mostrando uma reunião durante a qual Protógenes Queiroz pedia claramente para deixar as investigações da Operação Satiagraha.

"A Polícia Federal deve estar divulgando uma nota de uma reunião que ele participou, uma reunião que foi gravada com o consenso de todo mundo em que ele pede para sair. E depois (vem) vender a idéia de que ele foi afastado. É no mínimo uma atuação de má-fé. Eu não sei se ele falou ou não. Eu li na imprensa que tinha acontecido isso", comentou o presidente, pedindo que o caso seja tratado com "responsabilidade".

"Vender insinuações para a sociedade é que não é correto. Não para o presidente da República, muito menos para um delegado de Polícia Federal", completou Lula.

"Falta terminar o relatório. O que ele disse para o delegado é que ele só poderia terminar no fim de semana. Isso é um processo sério. Envolveu gente, as pessoas foram para a televisão. É preciso que a pessoa tenha logo o relatório definido para que se peça ou não o indiciamento dessas pessoas. A única coisa que nós queremos nesse caso é responsabilidade", concluiu o presidente.