Pinheiro ressaltou a importância do encontro com os religiosos, que estão à frente de inúmeras iniciativas na área social em muitos locais, cumprindo um papel típico do poder público, que por incapacidade ou falta de instrumentos adequados não consegue atuar em toda a cidade.
"A experiência de vocês funciona como meios de capilaridade do poder público e deve ser vista como um dos mecanismos de democratização da estrutura de poder centralizada", considerou, depois de pregar o diálogo com todos os segmentos sociais em busca dos meios para reduzir a massa de excluídos da cidadania e reafirmar a diversidade religiosa, cultural e econômica de Salvador.
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
"O poder público é dirigente do processo, mas precisa aprender a fazer com e para a maioria da população", insistiu.
Walter Pinheiro defendeu que o foco deve estar dirigido para o ser humano. "O poder deve ser mais humano", pregou, para em seguida lembrar que Salvador é uma cidade com um contingente de excluídos muito grande, inclusive cerca de 300 mil pessoas com deficiência física, sendo que a maioria delas sequer tem condições de sair de suas residências, porque inexistem condições de acesso às ruas e ao transporte público.
A candidata a vice-prefeita, Lídice da Mata e o deputado Nelson Pelegrino destacaram a importância histórica do Mosteiro de São Bento, que sempre acolheu perseguidos políticos na época da ditadura militar, quando era dirigido por D. Timóteo, inclusive nas suas dependências foram realizadas as primeiras reuniões preparatórias do Encontro de Anistiados Políticos, antes do fim da ditadura.
"Este é um local que tem uma simbologia muito especial", disse Nelson. Lídice lembrou que recebeu o apoio de D. Timóteo quando candidatou-se e foi eleita prefeita de Salvador em 1993 e que os valores defendidos pelos religiosos - fraternidade, solidariedade e busca de Justiça - são os mesmos "valores fundamentais e referenciais para a nossa proposta de governo".