Política

PT DEVE ELEGER ACM NETO COMO ALVO PRINCIPAL E ISOLAR JOÃO E IMBASSAHY

Veja comentário do nosso editor de Política
| 04/06/2008 às 18:24
Líder dos Democratas em BSB, ACM Neto praticamente carimbou seu passaporte ao 2º turno (F/D)
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  1. Os comentários circulantes nos corredores da Assembléia Legislativa nesta quarta-feira, 4, davam conta de que, o almoço organizado pela bancada do PT ao deputado Walter Pinheiro, ontem, além de demonstrar unidade partidária aos olhos da opinião público, serviu, também, para arejar a tese reinante no âmbito da bancada e do partido como um todo, situando Walter como o representante do status quo (governos estadual e federal) e o representante das forças consideradas de esquerda.

  2. Entendem que, embora a dicotomia esquerda x direita não seja entendida pelas camadas mais pobres da população, sobretudo no conceito clássico da política, o sucesso de Walter estaria atrelado à essa condição desde que polarize a campanha em torno desse mote, posto a direita como sendo o deputado ACM Neto. Em miúdos: a direita seria o carlismo, hoje representado por Neto; e a esquerda, Wagner e a vitória de 2006, com a representação de Walter.

  3. Segundo um interlocutor da tese, que poderá ser transformada em estratégia de campanha, se Walter conseguir polarizar a campanha com ACM Neto, teria chances de isolar os dois outros candidatos de chegarem ao segundo turno (Antonio Imbassahy e João Henrique), com um final de campanha, nitidamente centralizado na tradicional dicotomia baiana do carlismo x anti-carlismo.

  4. Os defensores desse argumento dizem que não há outra saída para Pinheiro. Não pode "bater" em João Henrique (PMDB), de quem era aliado até recentemente; e não pode fazê-lo com Antonio Imbassahy (PSDB), porque este partido faz parte da base do governo na Bahia. Restaria, portanto, como alvo preferencial ACM Neto, já considerado pelo governador Wagner como adversário de fato.

  5. Com a adesão do PR e do PRB/Varela ao deputado ACM Neto essa tese parece ter sido robustecida no círculo de poder do PT, uma vez que, salvo alguma derrapagem de percurso, o candidato do Democratas carimbou sua passagem para o segundo turno. Juntando-se os votos tradicionais do carlismo na capital e dos partidos aliados, no total de sete, estima-se, hoje, algo em torno de 30% a 35% na sacola de Neto.

  6. De toda sorte, o PT enfrentará dois outros fortes candidatos no páreo: JH e Imbassahy. A estratégia de João parece clara: dar continuidade ao trabalho que vem realizando na Prefeitura, o qual, ele considera excelente, obras à mancheia nos bairros e apoio do PMDB. A de Imbassahy também: recall dos seus 8 anos de administração, aplicações de projetos inovadores no país, devolução da auto-estima à população e respeito na administração da cidade.

  7. O eleitor pode se deparar com situações distintas para decidir: a) se vai embarcar na campanha de natureza política, ideologizada e com apelos do Lulalá; b) se vai optar por uma campanha de apresentação de propostas para a cidade; c) ou se vai preferir um misto de propostas e política.

  8. Historicamente, todas as campanhas começam sempre com algumas propostas, mas, o tom político prevalece no final quando a coisa esquenta. Só é verificar o que aconteceram nas campanhas de WagnerxSouto; João HenriquexCésar Borges, nos anos de 2006 e 2004, respectivamente.

   9. Daí que, os homens de marketing e os pesquisadores deverão entrar em cena na próxima semana, sem perda de tempo. O conceito básico de que, cada eleição tem sua história, prevalece. O cenário está em movimento nos ciclos das ondas. Entender essa oscilação e manter o candidato na prancha, competitivo, é a qestão. Mãos à obra, pois.