Política

EX-GOV DO RIO, ANTHONY GAROTINHO, DENUNCIADO POR FORMAR "QUADRILHA"

Veja
| 29/05/2008 às 13:01
O ex-chefe da Polícia Civil do Estado, Álvaro Lins (PMDB) já está preso (Foto/Severino Silva)
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  O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Valdinho Jacinto Caetano, afirmou que o grupo que teria o envolvimento do ex-governador Anthony Garotinho e que seria comandado pelo deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil do Estado, Álvaro Lins (PMDB), cobrava propina para dar cobertura a empresários em atividades ilegais. O dinheiro arrecadado pela suposta organização criminosa seria utilizado no financiamento de campanhas políticas.


  Álvaro Lins foi detido, por volta das 6h, pela Operação Segurança Pública S/A, promovida pela PF. Outros seis mandados de prisão foram cumpridos. "Esse grupo possuia um mentor e um chefe que executava as ações. Essa quadrilha dava cobertura para empresários atuarem em caça-níqueis e outros jogos de azar, além de sonegação de impostos", destacou Caetano.


  Ainda de acordo com o superintendente, a quadrilha loteava unidades policiais. As investigações apontam que os delegados eram indicados sob a condição de facilitar atividades de quadrilhas ligadas a Álvaro Lins.


  Valdinho Jacinto Caetano disse também que o ex-chefe da Polícia Civil acabou preso em flagrante porque foi encontrado dentro de seu apartamento, na rua 5 de Julho, em Copacabana, na zona sul do Rio. O imóvel teria sido comprado com dinheiro ilícito.

Além de Álvaro Lins, foram detidos em flagrante o sogro do parlamentar, Francis Bullos, e a ex-mulher do político, Luciana Gouveia dos Santos. A operação Segurança Pública S.A também prendeu, através de mandado, os inspetores de polícia Mário Franklin de Carvalho, o Marinho, e Alcides Santos Ferreira, o Alcides Cabeção. Outros dois envolvidos já se encontravam detidos.


  Os agentes federais ainda pretendem cumprir três mandados de prisão. Eles estão procurando o ex-chefe da Polícia Civil Ricardo Hallak, o delegado Luis Carlos dos Santos, chefe do gabinete de Álvaro Lins na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), e o policial Helio Machado da Conceição, mais conhecido como Helinho.


   A Operação Segurança Pública S/A foi elaborada com base em documentos apreendidos pela Operação Gladiador promovida pela Polícia Federal, no final de 2006. Na ocasião, o trabalho foi realizado para cumprir 45 mandados de prisão de pessoas ligadas à máfia dos caça-níqueis.


O deputado estadual e ex-chefe da Polícia Civil Álvaro Lins, o ex-governador Anthony Garotinho e mais 14 suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF). Eles são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, facilitação de contrabando e corrupção.


Veja os denunciados
e os crimes:


- Álvaro Lins dos Santos: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva;


- Anthony Willian Garotinho: formação de quadrilha armada;


- Ricardo Hallak: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva;


- Alcides Campos Sodré Ferreira: corrupção ativa;


- Daniel Goulart: formação de quadrilha armada;


- Fábio Menezes de Leão, Helio Machado da Conceição e Jorge Luiz Fernandes: facilitação de contrabando;


- Luiz Carlos dos Santos: formação de quadrilha armada e corrupção ativa;


- Mário Franklin Leite Mustrange de Carvalho: lavagem de dinheiro, formação de quadrilha armada, facilitação de contrabando e corrupção passiva;


- Francis Bullos: lavagem de dinheiro e formação de quadrilha armada;


- Sissy Toledo de Macedo Bullos Lins, Vanda de Oliveira Bullos, Amaelia Lins dos Santos, Maria Canali Bullos e Luciana Gouveia dos Santos: lavagem de dinheiro.