Vide comentário nas miudinhas
Professor Edvaldo Brito referenda João Henrique na comunidade do povo-de-santo (Foto/Div)
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Miudinhas da política, da cidade do Salvador, da Bahia e globais:
1. A adesão do PTB à candidatura do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB) que acontecerá nesta segunda-feira, 19, além de ser um reforço de imagem significativo à sua campanha, encerra, no âmbito da política estadual mais um lance ousado e agressivo, no sentido de impetuoso, do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, na medida em que o PTB faz parte da base aliada do governo do Estado e possui até uma secretaria, de Desenvolvimento e Integração Regional, comandada por Edmon Lucas.
2. Edmon não teria sido consultado sobre as articulações entre os dirigentes do PTB e do PMDB e formalizada a adesão, da forma como se processou num ambiente de embate entre o PMDB x PT vai ter reflexos no âmbito das Relações Institucionais do Governo. O presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, duvidava que houvesse essa aliança antes de que o PT organizasse a sua cabeça de chapa. Mas, aconteceu e o PT perde um aliado em potencial, pelo menos com horário na TV, importante para sua provável frente.
3. A aliança foi facilitada devido a pouca atenção que o governo Wagner teria dado aos líderes partidários Jonival Lucas Filho e Benito Gama, os quais, bem votados para deputado federal, não teriam recebido a atenção devida. Ficaram chupando dedo durante esse período posterior a eleição (2007 a 2008) sem acenos para um provável aproveitamento na máquina estatal. Um desses nomes, recentemente, não escondeu ao BahiaJá seu descontentamento com o comportamento do governo.
4. O nome de Edvaldo Brito na chapa do prefeito João Henrique tem uma simbologia importante na medida em que, sendo o professor vinculado ao povo-de-santo, adepto e praticante do candomblé, referendará nesse ambiente o nome do prefeito, bastante desgastado desde que ocorreu o episódio envolvendo a derrubada do terreiro Onipó Neto. Não é tudo porque a reparação ainda não foi feita, mas, se trata de um caminho e Edvaldo pode ajudar muito nesse processo.
5. Do ponto de vista eleitoral, ainda que o PTB seja pobre de votos, como registrado nas últimas eleições com a candidatura Benito Gama, que não atingiu 1% do eleitorado da capital, ajudará e muito na eleição dos vereadores deste partido (Ariane Carla, etc) que passaram a contar com um palanque competitivo e a máquina estrutural da Prefeitura com suas obras nos bairros. A candidatura isolada de Edvaldo seria um desastre para eles.
6. Com a adesão do PTB, o arco de alianças em torno da candidatura de João Henrique ficou mais forte, agora constituido pelo PMDB/PDT/PSC/PP/PTB e PRTB. Há tempo de sobra na TV e no rádio e o prefeito se apresentará mais forte politicamente para chegar ao segundo turno. O PDT e o PP que também lutavam para emplacar o candidato a vice ficaram a ver navios, mas, certamente não reclamarão porque estão bem aquinhonados na administração municipal.
7. Esse passo a frente do PMDB não altera um milímetro a disputa interna no PT. Este partido tem uma dinâmica própria e só vai decidir sua vida, se até lá não houver consenso entre Nelson Pelegrino x Walter Pinheiro, no próximo dia 25, domingo, com prévias na base do voto direto. A sonhada frente de esquerdas está minguando, embora, haja sinais de que a deputada Lídice da Mata, agora mais segura no PSB, seu partido possa integrá-la com um representante na condição de vice.
8. Lídice entende que o PSB manterá a postura de não ceder a verdade e assegura que o Congresso que validou sua hegemonia na Executiva Estadual, realizado no final de semana, foi legal e fiscalizado pela Executiva Nacional através do dirigente partidário Joilson Cardoso. - Há o direito de espernear (se refere a Paulo Mascarenhas), mas, está segura nas propostas que envolvem sua pré-candidatura.
9. Quanto ao PSDB, de Antonio Imbassahy, está praticamente isolado e com dificuldades de fazer alianças partidárias. O DEM aguarda uma definição do PR, partido que também é cobiçado pelo PT. O processo da pré-campanha está se afunilando. Faltam 30 dias para as convenções. Pelo menos até o São João, segundo a prática histórica, as chapas estarão todas organizadas. Por ora, o PMDB saiu na frente e vai forçar os outros a apressarem o passo.
10. Deverá assumir a diocese de Paulo Afonso, esta semana, o novo bispo Guido Zendon, italiano de origem. O bispo da Diocese de Serrinha, dom Assolari, também é italiano.
11. O Arraiá da Capitá, de A Tarde, vai acontecer dias 6 e 7 de junho. O Arraiá do Galinho, da TV Aratu, dias 31/5 e 01/6. Pelo visto, a tradicional data de São João na capital, 23 e 24/6, não acontecerá nada. Resta saber se o governo do Estado, que lançou o São Joao em São Paulo, vai fazer sua festa ou vai apoiar esses dois arraiás fora de época.
12. As declarações espalhafatosas do Carlos Minc ofuscaram a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, pelo menos no Brasil. Agora, a ex-ministra corre atrás pra ser ouvida.
13. A MP que definirá como se processarão os empréstimos e os percentuais para pagamento das dívidas dos produtores do cacau (PAC Cacau) deve ser encaminhada ao Congresso Nacional nesta terça-feira, 20.
14. O Correio da Bahia deu 1x0 em A Tarde nas manchetes do último domingo, sobre Zélia Gattai. Correio: Zélia reencontra Jorge Amado; A Tarde: Escritora Zélia Gattai morreu.
15. Se a família de Jorge Amado pensar melhor deve enviar o acervo do autor para a Universidade de Harvard. O mundo tá globalizado e lá vão cuidar dela melhor do que na Bahia.
16. Do radialista Mário Kértész sobre Raimundo Varela: - Ele é um covarde.
17. Uma reportagem publicada no último domingo no jornal americano The New York Times afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil. No texto intitulado "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", assinado pelo correspondente do jornal no Rio Alexei Barrionuevo, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território".
18. O jornal cita o ex-vice-presidente americano Al Gore, que em1989 disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós".