Política

DEPUTADO HERALDO ROCHA APRESENTA NA AL MOÇÃO DE PESAR POR ZÉLIA GATTAI

Aconteceu nesta segunda-feira, 19
| 19/05/2008 às 11:08
  O deputado Heraldo Rocha protocola nesta segunda-feira (19) na Assembléia Legislativa uma Moção de Profundo Pesar pelo falecimento da escritora Zélia Gattai, ocorrido no dia 17 de maio do corrente ano em Salvador. 

  O Líder do Democratas na Assembléia Legislativa inicia sua homenagem lembrando que ela era filha dos imigrantes italianos Ernesto Gattai e Angelina Da Col. Zélia Gattai Amado - continua Heraldo Rocha - nasceu no dia 2 de julho de 1916, na capital paulista. Foi em São Paulo, no bairro do Paraíso, que passou toda a infância e a adolescência.

   A família da escritora foi bastante atuante no movimento político-operário. Em 1938, o pai de Zélia chegou a ser preso pela polícia política do Estado Novo. As lembranças desse engajamento familiar - a casa dos Gattai foi palco de fervorosos debates - inspiraram o primeiro livro da escritora: "Anarquistas, graças a Deus".

    Lançada em 1979, a obra já vendeu mais de 250 mil exemplares no Brasil, ganhou versões em francês, italiano, espanhol, alemão e russo e ainda inspirou uma minissérie homônima na Rede Globo, que foi ao ar em 1984, dirigida por Walter Avancini. O parlamentar lembra que aos 20 anos, Zélia se casou com Aldo Veiga, intelectual e militante do Partido Comunista. Da união nasceu o primeiro filho da escritora, Luiz Carlos, hoje com 66 anos.

   Graças ao círculo de amizades de Veiga, Zélia se aproximou da elite intelectual brasileira da época. Desse grupo de amigos, faziam parte os escritores Oswald de Andrade, Mario de Andrade, Rubem Braga e Vinícius de Moraes. Também ficou próxima dos artistas Lasar Segall e Tarsila do Amaral. O casamento chegou ao fim após oito anos.

   CASAMENTO COM JORGE 

   Em 1945 conheceu o escritor Jorge Amado - de quem já era admiradora - durante um congresso sobre literatura. Com diversos interesses em comum, a dupla passou a trabalhar no movimento pela anistia dos presos políticos. Poucos meses depois, se apaixonaram e passaram a viver juntos. Heraldo Rocha também menciona em seu documento que em 1946, nasce o primeiro filho do casal, João Jorge Amado.

    Dois anos mais tarde, com a repressão política no país, a família se exila na Europa por cinco anos. É nesse período que nasce o terceiro filho de Zélia, Paloma Jorge Amado, em 1951, em Praga. No exílio, Jorge e Zélia participaram intensamente da vida cultural européia e conviveram com personalidades como Pablo Neruda, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Picasso.

    A escritora freqüentava os cursos de "Civilização francesa" e "Fonética e Língua Francesa" na conceituada Universidade de Sorbonne, em Paris, e ainda descobre uma nova paixão: a fotografia. Outro passagem da vida dos Amado também é lembrado por Heraldo Rocha em sua Moção, ele lembra que o casal retornou ao Brasil em 1952 e viveu no Rio de Janeiro, na casa dos pais de Zélia, durante 11 anos.