Em entrevista na Band News nesta quinta-feira, 10, o prefeito João Henrique (PMDB)considerou uma "traição muito forte" a saída do PT de sua gestão, criticou duramente os ex-prefeitos Antonio Imbassahy (PSDB) e Lídice da Mata (PSB), alfinetou o quanto pode o governador Jaques Wagner (PT), elogiou o presidente Lula da Silva (PT) e até acrescentou um dado novo à política baiana ao dizer que deixou de concorrer ao governo do Estado, em 2006, a pedido do atual ministro Geddel Vieira Lima, para apoiar Wagner e viabilizar a sua eleição.

  Segundo João Henrique ele tinha 40% de preferência do eleitorado, em 2006, contra 42% de Paulo Souto e apenas 10% de Jaques Wagner, isso de acordo com uma pesquisa que mandara fazer. E que, só retirou seu nome da disputa, graças a um apelo feito pelo então deputado federal e presidente do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima.  "Então, hoje, vejo que a lealdade do PMDB com o PT só serve para apoiar; e não para ser apoiado".

   Ainda de acordo com a fala do prefeito, a ação do PT com o PMDB e com ele foi um "golpe que está doendo muito, o qual, não esperávamos". Quando perguntado sobre a proposta original da direção estadual do PT para o apoio em duas frentes, uma mais ao centro e outra mais a esquerda, o prefeito disse que, em 2004, Geddel lhe convenceu a não sair candidato a governador, confidenciando-lhe: "Não vamos nos dividir para ganhar".

  "E eu abri mão de minha candidatura a governador, conduzi os meus aliados em direção do presidente Lula e ao então candidato do PT ao governo e vencemos. Naquela época, eu tinha condições de ganhar o governo da Bahia e, no entando, abri mão para Wagner. E agora assistimos a isso, uma traição à nossa lealdade" - completou o prefeito.

  LULA

  Sobre o comportamento do presidente Lula da Silva, o prefeito não tem queixas. Diz que Lula está honrando os compromissos assumidos com ele para Salvador, a retomada das obras do metrô e o incremento dos programas sociais e a implantação do SAMU. Não fez citações em relação ao desempenho do governo Wagner, em Salvador, atribuindo toda a ajuda ao seu governo a uma iniciativa do presidente Lula e do ministro Vieira Lima.

  LIDICE E IMBASSAHY

  Sem citar o nome dos ex-prefeitos, mas referindo-se a "anos e anos passados" Salvador vivia de muletas, de bengala na mão, e recebendo mesadas dos governos estaduais. Ainda de acordo com o prefeito, hoje, "vejo críticas ao PDDU, que é um projeto que vai incrementar a atividade econômica na cidade", coisas que eles não fizeram.

  SOBRE A GREVE

  "A cidade não vai assistir a nenhuma desordem. Os sindicatos estão esquecidos da gestão anterior (imbassahy) que passou 8 anos sem dar um reajuste. Zero. Eu dei 15% em 2005; 8% em 2006; 5% em 2007; e estou oferecendo 5% em 2008. E esses mesmos sindicatos não enxergam isso. Naquela época (de Imbassahy) os sindicalistas eram recebidos pela Polícia na Praça Castro Alves e eles esquecem de tudo isso. Mas, hoje, felizmente, a cidade tem autoridade. Diferente do governo que encontrei que não tinha autoridade", completou.