É a sucessão municipal em movimento
O deputado Artur Maia deixou claro que PMDB serve para apoiar, mas não para ser apoiado (F/Div)
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O pronunciamento do deputado Arthur Maia (PMDB) na tarde desta terça-feira, 8, na Assembléia Legislativa sinaliza que o alinhamento do PT com PMDB na Bahia fissurou de vez após o fim da aliança na capital, com o lançamento de uma candidatura própria para enfrentar o prefeito João Henrique.
Maia situou em sua fala que o PMDB foi leal e aliado do PT na eleição do presidente da AL, Marcelo Nilo, na indicação do deputado Zilton Rocha, para o TCE, em todas as matérias enviadas pelo chefe do Executivo à Casa, mas não teve a contra-partida do PT na tarefa da reeleição de João Henrique. Isso significa dizer, em outras palavras, que, a partir de agora, o tratamento na AL será outro.
O discurso de Maia seguiu a fala do líder do PMDB na AL, deputado Leur Lomanto Júnior, o qual, ontem, na Rádio Nova Salvador FM, havia sinalizado nessa mesma direção. O PMDB serve para dar apoio; mas não serve para ser apoiado. Ou seja, a orientação partidária foi única e com o mesmo objetivo.
O líder da maioria na Casa, deputado Waldenor Pereira (PT), não quis comentar o discurso de Maia e tirou uma de "João-sem-braço" como se a fala do peemedebista não fosse direcionada ao PT. Prefetiu usar a tribuna para comentar obras que o governador Wagner vem inaugurando no interior do Estado, em especial, hoje, em Feira de Santana e Cruz das Almas.
Da mesma forma aconteceu com o deputado Zé das Virgens, ex-líder do PT na AL. Zé preferiu também analisar o desempenho do governo Wagner, ainda que esteja de "olho no padre" e com o outro "olho na missa", uma vez que tem (ou teria) o apoio do PMDB em Irecê visando a sua eleição. O prefeito de Irecê é do PMDB e, diante desses novos fatos, certamente deverá ter candidato próprio naquele município.
FALA DE MAIA
Segundo Arthur Maia a justificativa dada pelo PT para afastar-se da administração do prefeito João Henrique é esfarrapada e não convence a ninguém. "Os argumentos utilizados pela direção municipal do PT não convencem".
Em seguida, lembrou o apoio que os peemedebistas deram à campanha de Jaques Wagner ao governo, num momento em que poucos acreditavam em sua vitória, e recordou episódios em que o PMDB abriu mão de posições em favor do próprio governador e do PT.
"Nos manteremos leais ao governador Jaques Wagner aqui na Assembléia, apesar de sabermos que não haverá mais alinhamento automático em 2010″, disse Maia, referindo-se à reeleição do governador. Ele afirmou, entretanto, que não cobrava uma explicação do PT. "Quem está pedindo explicações ao PT é a opinião pública", finalizou.