Política

PT LANÇA CANDIDATO EM SALVADOR E JÁ SÃO 14 DISPUTANDO A PREFEITURA

Acompanhe nosso comentário
| 05/04/2008 às 14:25
O candidato melhor pontuado do PT é Pelegrino, mas prévia pode escolher nome (Foto/JA)
Foto:
  Com a decisão do PT em lançar candidato próprio em Salvador, nas próximas eleições, define-se o quadro sucessório local com 12 candidatos a prefeito da capital.

   Agora, ainda resta saber qual será o candidato do PT, disputa que se dá, internamente, entre os deputados Nelson Pelegrino, Walter Pinheiro, Luis Alberto e Zezéu Ribeiro. Nos bastidores, a conversa circulante, hoje, é de que poderá haver uma prévia como aconteceu em Feira de Santana, entre os deputados Sérgio Carneiro e Zé Neto.

   A decisão do PT em lançar candidatura própria (o que já era esperado) saiu na madrugada deste sábado, por decisão do seu diretório em Salvador. Isso significa dizer que os dois secretários que ainda restam na administração do prefeito João Henrique (PMDB), Carlos Trindade, da Saúde; e Antonia Garcia, da Reparação, deverão entregar os cargos no decorrer na próxima semana. Na próxima terça-feira, 8, haverá uma outra reunião da Executiva do PT.

   O estranho, como disse a deputada Lídice da Mata, numa entrevista de rádio esta semana, era se o PT, partido que tem o governador do Estado, Jaques Wagner, e o presidente da República, Lula da Silva, não tivesse candidato próprio em Salvador. É pouco provável que no primeiro turno da eleição haja uma aliança entre o PT e o PSB de Lídice, uma dez que, dificilmente, um cederá a cabeça da chapa ao outro.

   Estão postas, pois, as seguintes pré-candidaturas: 1. Raimundo Varela (PRB); 2. Antonio Imbassahy (PSDB); 3. ACM Neto (DEM); 4. João Henrique (PMDB/PDT); 5. Lídice da Mata (PSB); 6. Candidato do PT; 7. Olívia Santana (PCdoB); 8. Miguel Kertezman (PPS); 9. Edvaldo Brito (PTB); 10. Eliel Santana (PSC); 11. José Eduardo (PCO); 12. Carlos França do PSOL; 13. Candidato do PSTU; 14. Candidato do PSL 

   GEDDEL X WAGNER

   Se confirmada essa decisão da Executiva Municipal do PT haverá um choque de propósitos entre o governador Jaques Wagner e o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima. Wagner defende o apoio a um candidato do bloco da situação, embora sempre fazendo a ressalva de que, essa frente ampla abriga várias legendas partidárias, inclusive, obviamente o PT.

   Geddel advoga um apoio ao PMDB, candidatura João Henrique, numa reciprocidade ao apoio que dera à campanha do governador, entendendo-se JH como candidato natural, uma vez que o PT integra à sua administração. Faz parte de sua gestão desde 2005 e, portanto, é co-responsável pelo que acontece em Salvador.
 
   Posteriormente, surgiu uma nova tese (ninguém acreditou nela) do novo presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo, de organizar duas candidaturas do bloco Wagner/Lula: uma ao centro (João Henrique); e uma mais a esquerda (PT).     

   QUEM GANHA X QUEM PERDE

   Primeiro é preciso confirmar o afastamento do PT da administração do prefeito João Henrique e a forma como ele se dará, bem como qual será o entendimento da população.

    1. Se houve uma saída formal (o que é pouco provável), sem rompimento, o entendimento da população pode ser um. Se houver rompimento, pode ser outro.

    2. Em princípio, quem ganha são os três candidatos que estão na frente das pesquisas; Varela, Imbassahy e ACM Neto. Primeiro porque estão fora da briga; segundo porque se posicionam como adversários de JH e se utilizam de um discurso em defesa de reorganização da cidade.

   3. O PT também pode ganhar alguns dividentos porque se livrará da "mala" e pode realinhar seu discurso sustentando-se em Wagner/Lula. Ademais, se livra da condição de ser ou não ser. Passa a condição de existir.

   4. JH pode perder alguma coisa na medida em que, sendo Wagner/Lula os comandantes do PT, não terá como coloca-los no seu guarda chuva, prioritariamente.

   5. Lídice também deverá perder densidade na medida em que, diante da indefinição do PT, estava sendo vista como opção caso o PT se alinhasse com JH.

   6. Se Olívia conseguir fazer uma aliança com o PT, saindo na vice, ganha; se insistir na candidatura própria do PC do B ficará no mesmo.