Compreenda as declarações de Lídice da Mata
Deputada Lídice da Mata defende "frente larga" para vencer a eleição em Salvador (Foto/Div)
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A deputada federal Lídice da Mata (PSB), candidata a prefeito de Salvador em outubro próximo afirmou há pouco na Rádio Nova Salvador FM que conversou no último domingo, 30, com o presidente regional do PT na Bahia, Jonas Paulo, identificaram pontos em comum na pré-campanha e chegaram à conclusão de que é preciso colocar "um dos nossos candidatos no segundo turno".
Para a deputada, nesse contexto, existem dois blocos (tese também defendida por Jonas) alinhados com o PT e o governador do Estado: um mais ao centro e outro mais à esquerda. "Eu acho normal que PT apresente um nome. Será estranho que o partido do governador não apresente um nome a ser discutido dentro dessa concepção" (de bloco). O que não significa dizer que esse nome (do PT) seja o cabeça de uma das frentes, no entendimento da deputada.
Lídice situa que o ideal seria a composição de uma frente política, a qual, chamou de "frente larga" a partir do centro para a esquerda ordenada obedecendo os princípios que norteiam a "nossa luta história" (da esquerda). Ou seja, posicionar o interesse público acima dos interesses privados na administração de Salvador, com uma cidade para todos".
PDDU NASCEU MORTO
Em sua tese, a deputada faz duras críticas ao PDDU que foi recentemente aprovado (e por tabela ao prefeito João Henrique, embora ache que ele pode integrar um dos blocos que teria o apoio do governador e do presidente Lula) destacando que ele já nasceu morto (PDDU) exatamente porque não se adequada a tese do interesse público e visa atender um segmento da cidade, da Orla Atlântica, e dos interesses privados.
Lidice defende a realização de um grande fórum com os municípios que compõem a Região Metropolitana de Salvadoir na elaboração de um Plano Diretor de Desenvolvimento Metropolitano (PDDM) com as questões básicas desses municípios sendo analisadas em bloco - saúde, educação, urbanismo, transporte, etc. Ou seja, um metrô que ligue Salvador a Camaçari, por exemplo.
COMENTÁRIO
DO BAHIAJÁ
Agora, vamos decodificar a entrevista de Lídice para que nossos leitores entendam melhor o que ela disse na Rádio Nova Salvador FM.
1. Lídice admite a existência de dois blocos (tese também defendida por Jonas) um ao centro e outro mais a esquerda para disputar a sucessão do prefeito João Henrique, ambos alinhados com Lula/Wagner, os grandes "eleitores".
2. Para o bloco do centro, o candidato natural seria João Henrique (PMDB) e mais apoio (se supõe) do PDT. O bloco à esquerda seria constituído pelo PT/PSB/PcdoB/PTB e PV. Neste caso, o candidato tanto poderia ser ela (Lídice); quanto um nome do PT (Pelegrino, Walter, Luis Alberto, Vânia Galvão, etc) ou Olívia. Ela também citou o nome do professor Edvaldo Brito (PTB).
3. Lídice não citou o nome de Varela (PRB), o qual, também faz parte da base do governo porque é o partido do vice-presidente da República; e excluiu o PSDB e DEM (estes últimos considerados adversários porque 2008 é a base para 2010 e, em 2010, o PT vai enfrentar o PSDB).
4. Por fim, na medida em que Lídice critica o PDDU (considerada a 'obra prima') do prefeito João Henrique (PMDB) ela admite o bloco do João (do centro), mas não quer conversa com ele, pelo menos no primeiro turno.
5. A rigor, o que Lídice deseja mesmo é que o bloco da esquerda (PT/PSB/PV/PCdoB etc) seja comandado por PSB ou pelo PT. Aqui está, portanto, o x da questão. Saber se o PT aceita essa proposta na condição de cabeça do bloco (por ser o partido do governador e do presidente Lula) ou se será coadjuvante do processo.