O Diretório Nacional do PT decidiu afastar o PSDB do seu núcleo de alianças embora tenha deixado uma brecha para que a Executiva decida alguns casos.

  A direção petista determinou após longa reunião em Brasília, nesta segunda-feira, 24, que o PT faça alianças somente com os partidos da base do presidente Lula. Neste caso, observando a situação no plano nacional, PSDB e DEM estão de fora.

  Nos planos regionais as situações são diferenciadas. No caso da Bahia, por exemplo, o PSDB faz parte da base do governo Jaques Wagner e está havendo uma confusão enorme entre o que representa uma aliança e a consideração de fazer parte da base, em relação, por exemplo, a candidatura de Antonio Imbassahy, a prefeito de Salvador.

  O PSDB não tem ilusões de que o PT venha apoiar a candidatura Imbassahy ou fazer alianças nessa direção, num primeiro turno. Até porque, ao que tudo indica, o PT deverá ter candidato próprio na capital. 

  Daí que, embora o Diretório Nacional do PT tenha reagido contra movimentos de aproximação com o PSDB nas eleições municipais, na prática, isso já existe tanto que Jonas Paulo, o novo presidente da Executiva Estadual relacionou entre os aliados do partido o PSB, PV e PCdoB numa linha mais à esquerda; e PMDB, PSC e PDT numa linha mais ao centro, excluindo o PSDB.

  A rigor nada muda em Salvador. Antonio Imbassahy considerou "natural" a decisão do PT e nunca esperou uma "aliança" num primeiro turno, o PMDB vive o drama de aguardar uma decisão do PT local sobre seu apoio à candidatura de João Henrique, o PSB já está com seu nome lançado (deputada Lídice da Mata) e a movimentação em torno das campanhas seguem seus cursos naturais.

  Nesta terça-feira, o PT se movimenta na direção de unificar seu discurso e suas propostas em relação a Salvador e a Bahia com a posse de Jonas Paulo na Executiva, às 10 horas. O pronunciamento de Jonas vai balizar, de cara, o que poderá acontecer com aliança com o PMDB e outros partidos ou se o PT vai encarar mesmo uma candidatura em Salvador.