Decisão sai segunda-feira, 24
Desde que foram divulgados sinais de que o Diretório Nacional do PT decidirá na próxima segunda-feira, 24, alianças municipais em Belo Horizonte, Salvador e Aracaju o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, elevou o tom das críticas em relação ao PSDB e também ao PT.
Com a eleição de Jonas Paulo no último domingo, 16, para presidente do Diretório Estadual do PT e o anúncio de que este partido poderá ter dois candidatos a prefeito na capital, um mais a esquerda numa aliança PT/PSB/PCdoB e uma mais ao centro PMDB/PDT o ministro também subiu em alguns decibéis às críticas direcionadas ao governador Jaques Wagner, o qual, segundo Geddel, havia apadrinhado o casamento PT/PMDB na capital.
Tanto o PSDB; quanto o governador não se manifestaram sobre as declarações de Geddel, postas em A Tarde, quer porque o PSDB ainda não tem a garantia da aliança com o PT (será decida na segunda feira, 24), quer porque o governador tem adotado um estilo político de discrição, um silêncio programado, sem entrar uma briga que ainda não se definiu.
Essas duas posturas têm posto o ministro Geddel numa posição aguerrida e ofensiva, bem ao seu estilo, e ainda é cedo para se fazer uma avaliação do que poderá acontecer. A rigor, pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já avalizou algumas alianças municipais de seu partido com adversários, o Diretório Nacional do PT deve permitir na próxima semana alguns acordos regionais do partido com o PSDB.
ALIANÇAS
PROVÁVEIS
Isso deverá beneficiar diretamente a aliança que está sendo costurada em Belo Horizonte entre o prefeito Fernando Pimentel (PT) e o governador Aécio Neves (PSDB), em torno da candidatura do secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas, Márcio Lacerda (PSB).
Em SP, petistas e tucanos estão juntos em 26 cidades
Ontem, petistas já reconheciam que seria praticamente impossível evitar algumas alianças pontuais com os tucanos em capitais como Belo Horizonte, Aracaju e Salvador. Isso porque caciques locais já estão muito próximos dos tucanos, com entendimentos avançados.
O senador Tião Viana (PT-AC) defendeu ontem essas exceções, lembrando que a aliança entre PT e PSDB foi iniciada no Acre, nos anos 90. Na primeira eleição de Jorge Viana (PT) para o governo do estado, em 1998, o vice era um tucano.
- O ideal é que as alianças ocorram entre aliados nacionais. Mas é preciso respeitar acordos locais e circunstâncias próprias, como em Belo Horizonte. E isso será respeitado pelo Diretório Nacional - afirmou Viana.
A maioria das tendências do partido está inclinada a permitir autonomia das alianças em casos especiais.
- Temos uma visão política nacional, mas é preciso tratar de forma diferenciada cada caso. Vamos autorizar casos especiais. O caso de Minas, por exemplo, será resolvido - observou o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O Globo 19 de março de 2008.