Política

2º CAPITULO DA "MISSÃO": VARELA AFIRMA QUE VENDEU PASTÉIS NAS RUAS

São duas missões em tela: a do filme e a de Varela
| 18/03/2008 às 14:02
A Missão, o filme, com Robert de Niro. A missão de Varela: eleger-se prefetio de Salvador (F/D)
Foto:
   Em nova cena de pré-despedida da TV Itapoan, Rede Record, na passagem do programa "Balanço Geral" para o "Se Liga Bocão", o apresentador Zé Eduardo voltou a comentar sobre a "missão" que o aprestador e comentarista da TV Itapoan e Rádio Sociedade, Raimundo Varela, terá daqui pra frente visando atender a população mais carente de Salvador.

   Mais uma vez Varela se emocionou e disse que nasceu no subúrbio ferroviário de Salvador, de família pobre e vendeu pastéis na rua. Segundo Varela, não há nada contra os ricos, porém, fez questão de ressaltar a sua origem humilde e que estará à serviço da nova missão.

   Complementando a cena, Zé Eduardo desejou sucesso ao apresentador e disse que confia nele nessa "missão" para minorar o sofrimento da pobreza em Salvador. Pra fechar o quadro, em outro bloco, Bocão levou para o estúdio a jovem Maria Reis Ramos, 22 anos, 4 filhos, e que foi presa num supermercado furtando duas latas de leite em pó para "matar" a fome dos 4 filhos.

   A produção do Se Liga Bocão contratou um advogado e liberou a jovem mãe, a qual, recebeu ajuda da produção do programa.

   A MISSÃO 
   (O FILME)

   A Missão (The Mission, ING 1986) teve a direção de Roland Joffé, com Robert de Niro, Jeremy Irons e Lian Neeson, Palma de Ouro em Canes e Oscar de fotografia..

   Trata-se da narratica de uma história que aconteceu no século XVIII, na América do Sul, um violento mercador de escravos indígenas, arrependido pelo assassinato de seu irmão, realiza uma auto-penitência e acaba se convertendo como missionário jesuíta em Sete Povos das Missões, região da América do Sul reivindicada por portugueses e espanhóis, e que será palco das "Guerras Guaraníticas.
Palma de Ouro em Cannes e Oscar de fotografia.

  Ao longo dos séculos XVI e XVII várias missões católicas foram criadas pelos jesuítas na América do Sul. Surgidas no século XIII, com as ordens mendicantes, esse trabalho de evangelização e catequese, desenvolveu-se principalmente nos séculos XV e XVI, no contexto da expansão marítima européia.

  Embora tivessem como objetivo a difusão da fé e a conversão dos nativos, as missões acabaram como mais um instrumento do colonialismo, onde em troca do apoio político da Igreja, o Estado se responsabilizava pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos. Na análise de Darcy Ribeiro em "As Américas e a Civilização", as missões caracterizaram-se como "a tentativa mais bem sucedida da Igreja Católica para cristianizar e assegurar um refúgio às populações indígenas, ameaçadas de absorção ou escravização pelos diversos núcleos de descendentes de povoadores europeus, para organizá-las em novas bases, capazes de garantir sua subsistência e seu progresso".

  Durante o século XVIII o movimento missionário enfrentou problemas na América do Sul, em áreas de litígio entre o colonialismo espanhol e português. No sul do Brasil, a população indígena dos Sete Povos das Missões, foi submetida pelo Tratado de Madrid (1750), um dos principais "tratados de limites" assinados por Portugal e Espanha para definir as áreas colonizadas.

  Pelo Tratado de Madri, ficava estabelecida a transferência dos nativos para margem ocidental do rio Uruguai, o que representaria para os guaranis a destruição do trabalho de muitas gerações e a deportação de mais de 30 mil pessoas. A decisão foi tomada em comum acordo entre Portugal, Espanha e a própria Igreja Católica, que enviou emissários para impor a obediência aos nativos.

   Os jesuítas ficaram numa situação delicadíssima, pois se apoiassem os indígenas seriam considerados rebeldes, e se contrário, perderiam a confiança deles. Alguns permaneceram ao lado da coroa, mas outros, como o padre Lourenço Balda da missão de São Miguel, deram todo apoio aos nativos, organizando a resistência desses índios à ocupação de suas terras e à escravização.

  Dá-se o nome de "Guerras Guaraníticas" para esse verdadeiro massacre dos nativos e seus amigos jesuítas por soldados de Portugal e Espanha. Apesar da absurda inferioridade militar, a resistência indígena estendeu-se até 1767, graças as táticas desenvolvidas e as lideranças de Sépé Tirayu e Nicolau Languiru.

  No final do século XVIII, os índios já tinham sido dispersados, escravizados, ou ainda estavam refugiados, na tentativa de restabelecer a vida tribal, que os caracterizava antes das missões.

   A MISSÃO
   DE VARELA

   Candidatar-se a prefeito de Salvador, pelo PRB, e vencer as eleições de outubro próximo. Sua missão será prioritariamente melhorar a vida da população pobre de Salvador. É o que promete.