Os debates aconteceram nesta tarde. Ainda seguem. Mais detalhes nesta edição.
Líder do PT, dep Paulo Rangel, na tribuna da AL, defende a tese de caso familiar (Foto/BJ)
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Uma quebra de braço ocorreu nesta tarde de quarta-feira, 12, na Assembléia Legislativa, em caloroso debate quando os deputados de oposição elegeram o caso da invasão do apartamento de ACM, como de natureza política, acusando a juiza Fabiana Pellegrino, a Polícia e a Justiça de compactuarem nessa direção; enquanto a base do governo arguiu que se trata de um caso familiar, sobre o qual não se deve misturar as questões.
O primeiro a arguir e sustentar a tese de que se trata de um caso político foi o deputado Gaban (DEM) entendendo que a Assembléia teria a obrigação de nomear uma comissão suprapartidária para analisar junto ao Tribunal de Justiça, se o comportamento da juiza Fabiana foi ético ou não. Segundo deputado, ela agiu assodadamente, rapidamente, num processo de uma pessoa de notório conhecimento, esposa de um ex-governador de estado e ex-senador da República. Segundo o deputado "isso não é normal, além de ser esposa do deputado Nelson Pellegrino (PT)".
Para o líder da oposição, deputado Gildásio Penedo, que apresentou em nome da bancada uma Moção de Solidariedade à viúva do ex-senador ACM, a questão é gravíssima e além do comportamento da juíza é preciso que o governo apure as responsabilidades de policiais militares que, segundo depoimentos dos familiares de ACM, teriam se utilizado de veículos da OAS para participarem do ato de arrombamento da casa de dona Arlete Magalhães.
CASO FAMILIAR
Na opinião do líder do PT na AL, deputado Paulo Rangel, não cabe a Assembléia julgar se o posicionamento da juiza Fabina foi correto ou não, se foi rápido ou não, nem se o viés da questão é de natureza política, "o que não acredito e consteto", uma vez que se trata de uma questão jurídica de natureza familiar, onde estão envolvidos a filha e o genro do ex-senador. "O que a juiza fez foi cumprir o seu dever. Agora, se houve algum excesso no cumprimento da determinação da juiza, cabe uma investigação administrativa", completou Rangel.
Paulo Rangel também isentou qualquer tipo de partipação ou ilação em relação ao deputado Nelson Pellegrino, "pessoa que conheço há anos e tem um comportamento exemplar", frisou.
O deputado Álvaro Gomes (PCdoB), também da base do governo, disse que é preciso que a oposição tenha mais tranquilidade para analisar um fato dessa natureza, nitidamente familiar e "que não pode ser jogado na escala política" pois se trata de um caso patrimonial familiar e só. Entende Álvaro que o papel da Justiça é decidir e a juiza Fabiana decidiu. Agora, "se foi certo ou errado não cabe a nós deputados julgarmos". Ademais, não se pode querer, aqui, como faz a oposição, crucificar a juiza.
TEM QUE APURAR
O deputado Ângelo Coronel (PR), que é da base do governo, comunha em certo sentido com a tese da oposição e diz que o Tribunal de Justiça e o governo do Estado precisam apurar se realmente os policiais e os oficiais de justiça se utilizaram de carros da OAS para fazer o serviço. Coronel se disse perplexo com a ganância de familiares de ACM, sobretudo de um ex-corretor de imóveis (Mata Pires) "o qual construiu um império à sombra do sogro".