O representante da Sindmed, Carlos Tadeu, reforçou as acusações de descaso e falta de compromisso que a classe estava sofrendo por causa da greve. Ele exigiu que o prefeito recebesse os trabalhadores para conversar e disse que dependia exclusivamente da boa vontade dele para a paralisação terminar.
"Reivindicamos que o prefeito regularize a situação dos nossos salários e nos dê condições de exercer o nosso ofício. Queremos que ele nos receba em audiência para acabarmos com a greve. Isso cabe a ele, somente a ele", afirmou Tadeu.
Outra que criticou as condições de trabalho foi a representante da Associação dos Terapeutas Ocupacionais da Bahia (ATO-BA), Itatyane Nascimento. "Parte da equipe é quateirizada e alguns se encontram sem receber salários há mais de três meses", relatou.
SEM HONRAR
COMPROMISSOS
Para a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), idealizadora da discussão na Câmara, o prefeito não está honrando os compromissos com a cidade. "15% da verba municipal, por lei, deve ser destinada à saúde. O município precisa assumir esse compromisso", disse a comunista.
Já o vereador Téo Senna (PTC), acredita que o debate só está sendo realizado a essa altura porque 2008 é ano eleitoral. "O caos está instalado. Esse problema sempre existiu no governo incompetente de João Henrique e nunca vi esse assunto ser discutido na Câmara", relatou Senna.
Enquanto a sessão continuava, os vereadores, como de costume, foram abandonando o plenário. Indignado, o vereador Celso Cotrim (PSB), chamou à atenção dos "filões" que já estavam se retirando. "É inadmissível que os vereadores não queiram presenciar um debate tão importante quanto esse. Nem parece que 10 dos 41 vereadores dessa Casa são médicos", provocou.
A reclamação de Cotrim conteve por alguns minutos a evasão dos vereadores, mas, cerca de trinta minutos depois, não havia mais quantidade suficiente para continuar o debate.
Uma audiência pública está marcada para a próxima quinta-feira (13), para discutir com mais profundidade a situação dos trabalhadores da área de saúde mental. (Marivaldo Filho, repórter)