Política

VEREADOR AFIRMA QUE CONTRATO COM CRUZ VERMELHA PARA PSF É NEBULOSO

A denúncia é do vereador Téo Senna
| 04/03/2008 às 19:20

  Preocupado com a atual situação da saúde pública em Salvador, o vereador Téo Senna (PTC), se pronunciou com relação ao fechamento, por quatro dias, dos 44 postos do PSF (Programa de Saúde da Família), controlados pela prefeitura. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá efetivar a troca de serviço da Real Sociedade Espanhola para a ONG Cruz Vermelha, vetada pela Justiça.


  Apesar de ter prejudicado parte da população, que foi obrigada a recorrer aos postos de saúde da atenção básica e hospitais do Estado para garantir avaliação médica, a ação, na opinião do vereador Téo Senna, não irá ocasionar demais problemas. Segundo ele, esses postos nunca funcionaram corretamente e sempre tiveram o atendimento comprometido devido às suas inúmeras deficiências.
 
  "Não vai fazer diferença. As unidades de saúde não prestavam atendimento adequado à população, que sempre esteve prejudicada com toda essa desordem", destacou o vereador.


  Para comprovar suas afirmações e constatar a falta de compromisso da SMS com a cidade, Téo Senna lembrou a Portaria Nº 232/2007, publicada no Diário Oficial do Município no dia 18 de setembro, que determinou à suspensão, pelo período de 60 dias, da realização de quaisquer atividades extra-muros: visita a acamados, curativos domiciliares, procedimentos coletivos, atividades educativas e de escovação nas escolas. Com isso, o vereador fez uma ressalva ao objetivo principal do PSF que, quando criado, tinha a finalidade de realizar atendimento médico, clínico e odontológico a domicilio em residências carentes localizadas próximo aos postos.


  SUBESTIMAR
  POPULAÇÃO

  Téo Senna explicou que a necessidade de reestruturação foi a razão apontada pela SMS para o fechamento dessas unidades, que prometem ser reabertas na próxima sexta-feira, 7. "Pensar que problemas médicos e estruturais que não foram resolvidos em três anos e meio de gestão, serão solucionados em quatro dias, é querer subestimar demais a inteligência das pessoas", enfatizou Téo.


  De acordo com ele, em detrimento a saúde da população, a intenção maior é fazer um movimento político com a vinda do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para a suposta reabertura dos postos, do que uma reforma propriamente dita. "Na realidade, essas unidades continuarão sem médicos e sem atendimento qualificado. Nada disso será resolvido, muito menos a situação contratual de mais de quatro mil funcionários", frisou Téo Senna referindo-se à substituição do convênio da Real Sociedade para a Cruz Vermelha. "Esses trabalhadores irão para um contrato nebuloso que ninguém sabe, de fato, quem são os representantes", explicou.


  O vereador ainda criticou o modo PT de governar frente à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e, como exemplo, destacou os contratos existentes de consultorias milionárias, a péssima administração pública e a morte do servidor Neylton Souto que, segundo Téo Senna, se deu pelo fato do funcionário "saber informações demais".