Em sua mensagem semanal à Rádio Metrópole, o ex-governador da Bahia, Paulo Souto, disse hoje que também ficou muito preocupado com a fala do presidente Lula criticando duramente o Poder Judiciário e situou que se trata de uma postura "muito grave, mais assustadora dos que os terremotos que aconteceram no Ceará".

   Segundo Souto, a interferência de um Poder no outro é próprio da democracia, "da essência democrática", daí que, tanto na forma; quanto no conteúdo a postura do presidente Lula ao condenar a observação do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre os "Territórios da Cidadania" o chefe do executivo nacional " exagerou, pois ninguém tem poder absoluto e tem que se regular pela lei máxima que é a Constituição do país".

   Ainda de acordo com o ex-governador Paulo Souto a lei é clara quando diz que não se pode implementar um programa em ano eleitoral, ainda que bem intencionado e independente do seu mérito, porque extrapola os limites constitucionais. E essa foi a crítica do ministro Marco Aurélio ao ato do presidente Lula, pertinente e perfeitamente dentro dos parâmetros legais e da civilidade.

   Souto lembrou ainda, se referindo a postura de Lula em nome da "interferência do Poder Judiciário e da governabilidade" que tanto o Executivo; quanto o Legislativo ou Judiciário podem vetar ou criticar um projeto de um e de outro.
 
   "Quantas vezes um governador de Estado ou presidente da República vetam projetos emanados dos Poderes Legislativos, as Assembléias Legislativas e o Congresso Nacional?", perguntou Souto deixando claro que Lula exagerou nas suas declarações e provocou um susto autoritário na sociedade brasileira.