Política

DECISÃO DO PT POR NOVA ELEIÇÃO NA BAHIA ESVAZIA DISCURSO DE PELEGRINO

Decisão por nova eleição PED na Bahia
| 26/02/2008 às 08:01
Discurso de Pelegrino por candidatura própria na capital fica sem sustentação política (F/Arq)
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   A decisão da comissão especial do Diretório Nacional do PT em anular o Processo de Eleição Direta (PED) na Bahia, determinando que se faça um novo pleito, em 16 de março, na disputa entre Marcelino Galo (atual presidente) e Jonas Paulo, dá fôlego ao PT da boquinha vinculado ao prefeito João Henrique (PMDB) e esvazia, pelo menos até que se tenha um novo resultado do PED, o discurso do deputado federal Nelson Pelegrino (PT), por uma candidatura própria do partido a prefeito de Salvador.

   O que aconteceu ontem em Brasília representou uma ducha de água fria no movimento dos autênticos do PT que desejam uma candidatura própria em Salvador. De nada adiantaram, também, as denúncias formuladas pelo secretário geral Edísio Nunes denunciando que houve fraudes no PED que se passou organizadas e patrocinadas pelo candidato Jonas Paulo.

   Em se tratando de um partido como o PT, onde se supunha que a moralidade e a honestidade estavam acima de quaisquer suspeitas, representou uma denúncia grave e que macula a imagem do partido, sobretudo levando-se em consideração que as denúncias envolvendo os municípios de Abaré, Barrocas, Planaltino, Macarani, Queimadas, Iraquara, Tabocas do Brejo Velho e Pilão Arcado lembram falcatruas próprias da República Velha. Da eleição a bico de pena.

    A comissão especial do Diretório Nacional, diante de tantas e supostas irregularidades, de uma interminável briga interna no território do seu mais importante governador de Estado, lavou as mãos e determinou um novo pleito, com desdobramentos futuros (também em novo pleito) para o Diretório Municipal.

   ENQUANTO ISSO
   ALEGRIA NO TOMÉ

   Enquanto isso, a alegria tomou conta do Tomé de Souza, sede do governo municipal. Embora não tenha nada a ver com essa briga interna do PT, o prefeito João Henrique (PMDB) comemora a decisão uma vez que o PT da boquinha continuará nos cargos e o discurso de Pelegrino, por uma candidatura própria, fica adiado para abril, ainda assim, se Marcelino vencer o pleito. Sendo o vitorioso Jonas Paulo, sabe Deus o que acontecerá.

   Mas, o mais provável, mesmo, é o PT se manter refém do PMDB na capital e perder todo seu contencioso político. Vai minguar e os vereadores estão preocupados, desde já, com suas reeleições, uma vez que, na vice de João ou fora do palanque central, não se reelejam.

    Pelegrino já disse que não aceita ser vice de João, o mesmo acontecendo com o deputado Walter Pinheiro. Mas, isso não deve preocupar o prefeito e o PMDB, uma vez que nomes do PT para essa vaga não faltarão.