Veja o que aconteceu nesta tarde
Trabalhadores terceirizados das Unidades de Saúde da Família lotaram as dependências da Câmara de Salvador na tarde desta segunda-feira (25).
Chamavam a atenção para a indefinição de gestão no setor, atraso nos pagamentos e quanto à absorção dos quase três mil profissionais pela administração municipal.
O Tribunal de Contas do Município (TCM) já se pronunciou contrário à manutenção dos repasses à Real Sociedade Espanhola para o pagamento dos salários.
O contrato com a empresa está encerrado desde agosto. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Médicos, Francisco Magalhães, no primeiro encontro de contas da Prefeitura com a Real Sociedade chegou a uma dívida da terceirizada com o Município da ordem de R$ 27 milhões, para um dos três contratos.
A estimativa é de que nos outros dois contratos a dívida supere os R$ 100 milhões. O contrato com a Real Sociedade foi firmado na administração Imbassahy.
A taxa administrativa cobrada, apenas para administrar pessoal, é 20% dos R$ 15 milhões repassados, mensalmente, pela prefeitura. Ninguém sabe precisar a margem de lucro do negócio.Os dirigentes dos SindSaúde e SindMed não conseguem obter cópias dos contratos firmados pela Municipalidade com o grupo Espanhol.
Acordo firmado entre a Prefeitura, Câmara e sindicatos para a transferência de gestão dos terceirizados da Saúde, da Real Sociedade Espanhola para a Cruz Vermelha Brasileira, embora politicamente definido, vem embarrando em questões jurídicas.
A procuradora Delamaris Melo, do Ministértio Público do Trabalho (MPT) insiste em caracterizar a mudança como "processo sucessório". Ou seja, a Cruz Vermelha assumiria os cerca de três mil agentes de saúde, mas herdando todo o passivo da Real Sociedade Espanhola.