Política

IMBASSAHY DEFENDE ALIANÇA COM PT E PELEGRINO ACHA IDÉIA IMPROVÁVEL

É a movimentação política de pré-campanha
| 20/02/2008 às 21:01
Imbassahy está em BH em articulações com o prefeito Pimental (PT) e o gov Aécio (PSDB). F/BJ
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   O ex-prefeito Antonio Imbassahy, candidato do PSDB em Salvador, em 2008, fez nesta quarta-feira, 20, um movimento político de aproximação com o PT ao visitar o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimental, o qual, defende a tese de uma união entre PT/PSDB na formação de um pacto de governabilidade para o país. Essa aproximação tem seguimento na quinta-feira, 21, quando Imbassahy se encontrará com o governador mineiro Aécio Neves (PSDB).

   A tese, em princípio, não é de agrado do PT baiano e o deputado Nelson Pelegrino (PT) falando nesta noite na Rádio Metrópole considera a candidatura Imbassahy, observando-se a pré-candidatura do governador José Serra, de São Paulo, à Presidência da República, em 2010, como um divisor de águas, uma vez que o embate PT x PSDB estaria mais próximo do que a unidade.

   São duas realidades distintas, embora, no plano local (Bahia) o PSDB tenha se alinhado com o PT, os tucanos emplacaram a presidência da Assembléia Legislativa, e vive-se em harmonia. Pelegrino admite e louva a harmonia, mas, quando relaciona a possibilidade de construir uma frente alternativa de poder em Salvador, a qual já chamou de Frente de Esquerdas, relaciona todos os partidos (até o PMDB), menos o PSDB.

   Depois de receber o apoio à sua candidatura para prefeito da Executiva Nacional do PSDB, em encontro realizado ontem a noite, em Brasília, o ex-prefeito Antônio Imbassahy não se assusta com prováveis frentes, uma vez que "mais importante do que partidos ou frentes é pensar nas pessoas da cidade", analisa.     

 

   ADMINISTRAÇÃO
   SEM RUMO
   
   Imbassahy comenta que Salvador hoje está retrocedendo com uma administração "sem rumo definido que não tem conseguido, sequer, manter o que conquistamos no passado. Fui prefeito duas vezes. Nossa cidade, na época, foi exemplo de desenvolvimento, foi considerada a cidade mais limpa e mais bem iluminada do país, tinha programas sociais em franca evolução e estava gerando oportunidades para nossa gente. Hoje, o que se vê é que a cidade perdeu programas valiosos, a saúde degringolou, a educação está abandonada. Em resumo, a cidade está andando pra trás, o que não pode acontecer", disse.

 

    Para o ex-prefeito, daí a sua visita a BH, "onde essas soluções estiverem, vou buscar. Afinal, boas idéias, trabalhos modernos e projetos que dão certo devem sempre servir de exemplo para os administradores se elas são boas para a população. É isso que importa. Minha experiência como prefeito de Salvador me mostrou o que funciona bem, agora, estou elaborando meu Plano de Governo e quero avançar mais, gerando oportunidades pras pessoas".

 

   O prefeito Fernando Pimentel considerou a visita de Imbassahy uma excelente oportunidade para uma troca de experiências administrativas. "O prefeito Imbassahy é um grande gestor público, e, as duas vezes que esteve a frente da prefeitura de Salvador manteve sempre altos índices de aprovação popular. Espero poder contribuir nesse caminho para uma nova administração de Salvador, pois independente de partido político o cidadão quer que a sua cidade bem administrada", afirmou Pimentel.  


   CONSTRUIR ALTERNATIVAS

   Para o deputado Nelson Pelegrino, que não esconde de ninguém sua vontade de disputar mais uma eleição majoritária em Salvador, o PT (e o que considera aliados mais próximos PSB, PCdoB, PV) vai fazer um balanço da atual administração, da qual participa, e construir um novo projeto para a cidade, cumprindo assim sua missão e vocação.

   Entende o deputado que em eleições existem peculiaridades, ele defende a tese de afastamento da administração de João Henrique, tem conversado com o governador Wagner sobre o assunto, "ele saberá entender isso", e o seu partido (ou a sua frente) tem que garantir um lugar no 2º turno.

   Pelegrino diz que o governador Wagner e o presidente Lula são os maiores eleitores de Salvador, a Bahia organizou essa alternativa de poder para o Estado e necessita, agora, fazê-lo com a capital para consolidar o projeto de governo na capital e no interior. Isso tudo, com ACM Neto e Imbassahy distantes. 

   COMENTÁRIO
   DO
   BAHIA JÁ

   Por ora, como diria a vã filosofia, essas são articulações políticas, essenciais na democracia e nas disputas eleitoras.

   Resta, no entanto, combinar com o eleitor. Ou, na hipótese pé no chão, se ele enxerga os partidos e/ou uma frente, ou o pensar na cidade.