O PDT está numa tremenda saia justa
A traição era uma palavra, um sentimento, uma certeza, que não existia no combativo caudilho Leonel Brizola, histórico patrono do PDT. Ai de quem o traísse ou manifestasse o desejo de trair alguém com o seu beneplácito. Nada. A integridade política de Brizola, sua coerência, não permitia esse tipo de situação.
Pois dito; o PDT da Bahia, diante de um pronunciamento intempestivo, considerado por alguns dos seus pares internos sem consulta às bases e extemporâneo, feito pelo presidente Regional, deputado Severiano Alves, classificando o prefeito João Henrique (eleito pelo PDT e hoje no PMDB) como traidor está criando a maior justa.
Agora, diante de uma reaproximação do PDT com o PMDB, graças a acertos de cúpula entre os ministros da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, e o do Trabalho, Carlos Luppi, obviamente sob a aquiescência de Severiano, cria-se uma situação complicada para a vida política e imagem de Severiano, que o colocará (se efetivada a aliança) no rol daqueles políticos inconfiáveis aos olhos da opinião pública.
E não venha envolver nessa polêmica os deputados Marcos Medrado e Sérgio Brito, porque ambos não foram consultados sobre o pronunciamento no qual Severiano chamou o prefeito de traidor, e suas posições são públicas e notórias sobre a sucessão em Salvador.
Daí que o PDT vive um problema parecido com o PT, de ser não ser, obviamente com outra dimensão e perspectiva, levando sua cúpula partidária na Bahia, com Severiano Alves pregando nos bastidores uma situação e Alexandre Brust fazendo o contraditório, em público.
Por essa, Severiano não esperava. A coerência e a paciência na política são dons admiráveis. E a traição... Bem, a traição quem vai ter que explicar ao eleitorado é ele.