Política

PMDB REAGE E DIZ: PV FOI HIPÓCRITA AO DEIXAR ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Veja nota do PMDB sobre o PV e sua saída da administração municipal
| 10/02/2008 às 18:27
  Causou extrema surpresa ao PMDB o tom virulento usado pelo PV na nota que anuncia a saída do partido da prefeitura de Salvador. Depois de três anos, um mês e 10 dias apoiando o prefeito João Henrique e mantendo vários de seus filiados empregados na administração municipal, o PV - partido que mundialmente abraça as causas da ética na política - anuncia o fim da aliança em Salvador abrindo um precedente que deprecia sua história: o de que em política ninguém tem compromisso com ninguém.

   É legítimo e natural que partidos políticos busquem seus próprios caminhos em período eleitoral. A população compreende a necessidade de reafirmação partidária a cada pleito. Incompreensível é a incoerência e a falta de civilidade contidas na nota da saída. A grosseria do PV está muito próxima de ser percebida pela população como oportunismo e até traição.

     Este, aliás, é o sentimento do PMDB, partido ao qual o PV esteve coligado nas últimas eleições. Ao fazer coligação com o PMDB em 2006, sem cogitar nenhum debate ideológico, o PV assegurou coeficiente bastante para eleger um deputado federal, além de ver o ingresso de um dos seus suplentes com a saída do deputado Geddel Vieira Lima para o Ministério da Integração Nacional.

    Agora, motivados pelos mesmos interesses eleitoreiros, os Verdes baianos tentam justificar sua saída da prefeitura de Salvador recorrendo a um extemporâneo e falacioso debate crítico sobre políticas municipais. Lançam acusações injustas contra o PDDU, embora o novo Plano Diretor da capital tenha sido elaborado por todos os partidos da base, inclusive pelo PV, e aprovado pela Câmara de Vereadores.

    O PDDU, longe de ser "antidemocrático" e "mercadológico", é na verdade um projeto criado dentro das regras ambientais da legislação de Salvador que qualifica a ocupação urbana para o desenvolvimento sustentado.

   Na sua nota de saída, o PV também dirige críticas a episódios ocorridos durante os dois primeiros anos da gestão João Henrique, quando o prefeito convivia com um governo estadual adversário e quando o PSDB era o principal partido de sustentação, o que dificultava o relacionamento da prefeitura de Salvador com o governo federal. A mudança do governador da Bahia, a filiação do prefeito ao PMDB e o melhor trânsito adquirido junto ao presidente Lula são circunstâncias reveladoras de que, naqueles primeiros dois anos, faltava apoio e não competência a João Henrique. É o que se vê hoje.
 
   A prefeitura multiplica obras por toda a cidade, melhorando a vida das pessoas principalmente nos bairros mais pobres. O PMDB reconhece o direito de todo partido de disputar eleições. O que o PMDB repudia é a hipocrisia do discurso dos Verdes. O que levou o PV a permanecer por mais de três anos numa administração surda às suas sugestões? Por que participar por tanto tempo de um governo considerado "nocivo" para a cidade? As respostas são cristalinas e certamente virão estampadas no resultado das urnas. Mais digno para o PV seria sair pela porta dos fundos, como está saindo, mas sair caladinho.

  Executiva do PMDB de Salvador