Política

PV ROMPE COM GOVERNO MUNICIPAL E DIZ QUE GESTÃO JOÃO HENRIQUE É NOCIVA

Veja nota na íntegra da direção do PV
| 09/02/2008 às 20:28
Com prefeito sem rumo, PV afirma em nota duríssima que está fora da administrãção (Ils/Borega)
Foto:
  A Executiva Muncipal do Partido Verde de Salvador, reunida em sua sede neste sábado, 9, decidiu pelo rompimento com a administração do prefeito João Henrique. 

  Em nota pública, o PV afirma que a ecologia urbana é o grande desafio deste século. As cidades estão inseridas no ecossistema que constituiu seu berço, elas são construções humanas sobre um território geográfico, geológico e condições climáticas que interagem incessantemente e condicionam sua vida, para o bem ou para o mal.

    A crise urbana é cada vez mais intensa e só poderá ser enfrentada com sucesso dentro de uma concepção que se proponha a integrar sabiamente a cidade ao seu ambiente natural e não divorciá-la. Salvador sofre com problemas inerentes às grandes metrópoles.

   Segue a nota:

  Em mais de 450 anos de fundação diversos planos de ordenamento do uso e ocupação do solo urbano foram elaborados, porém poucos foram efetivamente implementados e, como resultado, nossos problemas se agravaram e se agravam cotidianamente. A cidadania, enquanto conquista democrática, deveria ser o eixo articulador de uma intervenção dirigida à construção de uma Salvador sustentável, saudável, justa e democrática. Não é o que assistimos na atual gestão administrativa.

   O título de pior prefeito do Brasil (Folha de São Paulo) não foi por acaso. É apenas a representação da falta de sintonia entre os interesses do povo e a política praticada pelo atual gestor. É a ponta de um grande iceberg. Sintomática é a constante mudança dos slogans que a administração usou ao longo desses três anos. Começou com "Prefeitura de Participação Popular" e hoje é se reduziu a "Prefeitura de Salvador".

   O processo que culminou com a aprovação do PDDU em nossa cidade não deixa dúvidas quanto às reais motivações que norteiam a política de João. Seguir fielmente os ditames do grande setor imobiliário, abrindo as portas para a especulação e para o aprofundamento das desigualdades sociais em Salvador. O PDDU não se preocupa em fingir tentar harmonizar os interesses em jogo (dos agentes econômicos, dos grupos sociais, da sociedade organizada etc.), e vai direto ao que interessa à poucos em detrimento de muitos.

   Não incluiu a vivência da população em suas análises e muito menos em suas ações. Deixa lacunas essenciais em um projeto de desenvolvimento pra cidade e exigido na Constituição Federal (artigos 182 e 183), no cumprimento da função social da cidade e da propriedade, e no Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257, de 2001), que regulamenta o estabelecido pela Constituição. Na prática segue uma lógica mercadológica que loteia a cidade sem preocupações ambientais ou estruturais, priorizando os interesses de "investidores" aos dos cidadãos.
 
   Como disse Caetano, "...é a força da grana que ergue e destrói coisas belas...". A aliança com a oposição deixando sua própria base de apoio é apenas mais uma demonstração de que seus interesses estão acima do coletivo. O PDDU é um instrumento que dará diretrizes para o desenvolvimento de Salvador por 10 anos no mínimo. A participação popular foi ignorada por completo. O PDDU deve ser construído a partir do cidadão.

   Perguntar o que a população pensa de um projeto técnico e audiências públicas protocolares e burocráticas realizadas a quilômetros de seus espaços cotidianos não é democrático. O PDDU não pode ser um projeto de governo. O governo passará. A cidade permanecerá. O Prefeito assumiu a administração tendo a revisão do PDDU como um de seus principais compromissos com a base que o apoiou e com a população da cidade.

   Nesses três anos não se fez audiências públicas ou uma campanha convocando a população a participar, ao contrário da publicidade que dá a pequenas intervenções feitas na cidade seguindo uma lógica que vai de encontro a tudo que o Partido Verde defende. O PV tentou buscar durante esses anos avanços para a cidade, sem alcançar êxito e esbarrando nas negativas do prefeito. Barracas de praia, "banho de asfalto" feito em troca de espaços públicos, "banho de luz", placas e mais placas pela cidade, perdão de dividas de grandes grupos econômicos, propaganda pública para promoção pessoal etc. são gotas em um mar de ações clientelistas e eleitoreiras.
 
   A gestão de João é nociva à cidade. Não traz avanços. Fere frontalmente o programa do Partido Verde e segue os cânones de grupos descompromissados com a construção de espaços sadios e democráticos. O PV não se permite estar ao lado de uma gestão assim. Temos um compromisso com o povo de Salvador e do planeta. Nosso agir local é essencial para o bem estar de nosso mundo. Construir uma alternativa para a cidade e para os cidadãos norteia as ações do PV e assim trabalharemos em 2008. Executiva Municipal do Partido Verde Salvador-BA, 09 de fevereiro de 2008.