Política

GOVERNO QUER CRIAR CPI DO CARTÃO CORPORATIVO PARA "PEGAR" O PSDB

É a sucessão do presidente já em curso
| 06/02/2008 às 20:01
O senador Romero Jucá manobra no Senado para atingir governo de FHC (Foto/Arq)
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 O líder do governo, Romero Jucá, obteve, nesta quarta-feira, as assinaturas para abertura de uma CPI para investigar os gastos do Senado Federal, chamada CPI dos 10 Anos. "Percebemos que a CPI seria uma disputa, um Carnaval político. A oposição dizia que se não houvesse CPI mista, haveria no Senado. Estamos antecipando", disse Jucá, que conseguiu 31 assinaturas.

  O objetivo é verificar as despesas de adiantamento e suprimentos de fundos desde 1998. Essas despesas são pagas com cheques e cartões corporativos. "Não vamos fugir do embate. Para mostrar que o governo não tem medo e quer averiguar, estamos propondo a CPI", disse Jucá.


  Quando questionado da necessidade da CPI, ele disse que "a CPI não seria necessária, mas pior que CPI é ficar nuvem pairando em cima do governo, como se ele tivesse algo a esconder ou feito coisa errada. Como estão fazendo agora, levantando suspeita até da família".


  O líder diz que propor outra CPI não é desvio de foco, uma vez que pretende analisar a série histórica, investigando os gastos da União, abrangendo os governos FHC e Lula.

  "O governo banca a CPI. Virão todos os gastos em suprimentos de fundos, adiantamentos e cartões corporativos. Quem estiver errado que pague", declarou.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que propõe a criação de uma comissão mista envolvendo deputados e senadores (CPMI), criticou a iniciativa dos governistas.

  "É uma manobra do governo para evitar a apuração séria dos gastos com os cartões. O intuito é de manobra e assusta. Vamos continuar colhendo assinaturas para uma CPI mista", disse.


   Para a CPI ser instaurada, são necessárias 27 assinaturas, de acordo com o regimento. O requerimento, segundo a secretária-geral do Senado, Cláudia Lira, foi protocolado.