Política

PMs EXONERADOS NA GREVE DE 2001 VÃO PARA CONFRONTO COM GOVERNO ATUAL

Até o pessoal da Embasa que fez acordo quer voltar
| 28/01/2008 às 09:46
Vários muros de Salvador foram pichados citando o governador e exigindo reparação já (Foto/BJ)
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   Vários muros da cidade do Salvador amanheceram nesta segunda-feira, 28, pichados numa atitude de confronto com o governo do Estado "exigindo" ou pelo menos com termos nessa direção, a reintegração de policiais da PM que foram expulsos durante a greve de 2001, no então governo de César Borges.

   Alguns dizeres citam o ditado "Chega de truculência/reintegração de PMs Já!" e num segundo pano o nome do governo em destaque seguido da expressão "Questão de Honra/ Reintegrem os perseguidos". A Casa Militar do governo já saberia a essa altura dos acontecimentos de onde partiram as pichações.

   O Governo do Estado tem dado sinais de que pretende reintegrar os 18 PMs exonerados a partir daquela grave (2001), numa primeira etapa 8 PMs, entre eles, o telente Ewerton Uzeda, considerado um dos líderes do movimento e filiado ao PT, e mais o sargento Givaldo Pereira e os soldados Reginaldo Santos, Antonio Rosa, Arnaldo Catarino, Gutemberg Cunha, Wanderlei Chagas e Pedro Spínola.

  Mas, como é natural em casos dessa natureza, complexos, o governo não pode atropelar a lei e readmitir todos os punidos sem uma análise detalhada de cada processo. O secretário da Administração, Manoel Vitório, já deixou isso bem claro. E afirmou que o governo adotará as medidas legais a partir desse perssuposto.
 
  O secretário das Relações Institucionais, Rui Costa, no entanto, chegou a admitir e isso foi publicado em A Tarde, de que "há uma decisão política do governo no sentido de analisar todas as demissões feitas com base em motivação política".

   O atual senador pelo PR, César Borges, governador na época das exonerações, não gostou nem das declarações de Rui; nem da atitude do governo em desejar reintegrar os PMs sob o argumento de que houve uma "perseguição de natureza política" ou coisa assemelhada. 

   Na véspera da lavagem do Bonfim, recentemente, disse que, a rigor, houve um insubordinção dos PMs e que o governo do Estado, ao readmiti-los estará abrindo um precendente grave.

  Juristas também advogam nessa direção. Se o governo readmitir insubordinados regidos por um código militar vai abrir a porteira para outros casos, e representantes da Polícia Civil já colocaram a boca no trombone. Entrariam aí, também, casos de servidores da administração direta e indireta.

   Há quem advogue, inclusive, o retorno de servidores da Embasa e outras empresas que participaram de programas de compensações financeiras para sair dessas unidades e, hoje, alguns "quebrados" porque aplicaram mal os recursos das indenizações, querem retornar ao abrigo do Estado.