Novas alianças poderão ser feitas até a conveção dos partidos
Ainda é tudo muito prematuro para se fazer uma avaliação sobre as consequências da vitória do deputado federal Sérgio Carneiro (PT), sobre o deputado estadual Zé Neto (PT), em Feira de Santana, alçando-o à condição de candidato deste partido na segunda cidade mais importante do Estado.
Comenta-se que uma das primeiras alterações se dará no âmbito do Democratas no sentido de apressar o passo já, e não esperar o pós-micareta, para lançar o seu nome à prefeito, visto que, agora a situação pública ficou mais clara e definida com os dois outros nomes competitivos, Sérgio Carneiro (PT) e Colbert Martins Filho (PMDB), em cena, assumidos e referendados.
Obviamente que o jogo só é pra valer, no plano oficial, após as convenções que se darão no mês de junho próximo e, até lá, no foguetório de São João/São Pedro, muita água ainda vai rolar embaixo da ponte e alianças poderão ser feitas no decorrer dessa entresafra.
Uma delas, se comenta nos bastidores, dá conta de que segmentos ligados a Zé Neto vão se alinhar com Colbert Martins Filho visto que, entre ficar com Martins, considerado um autêntico com história de lutas na cidade, e ficar com Carneiro, tradicional grupo classe-média nascido no seio do carlismo, melhor é ficar com Colbert.
Mas, isso só o tempo dirá, assim como se especula que, na hipótese de um segundo turno entre Colbert x Sérgio, o Democratas de Zé Ronaldo se alinharia com Carneiro, dada a afinidade política de anos, alicerçada ainda no tempo de Fuastino e outros mais ligados ao ex-governador João Durval, inclusive o próprio José Ronaldo, nascido ai.
Uma coisa parece consensual em Feira de Santana: a chapa do PT com Sérgio Carneiro na cabeça ficou mais competitiva do que se fosse com Zé Neto, assustou o Democratas e o PMDB, mexeu na sucessão em Salvador porque seu irmão João Henrique está vinculado ao PMDB, deu fôlego a Marcelino Galo e criou uma situação política nova no município de Feira, com repercussões em vários outros municípios do Estado.
Ora, se o PT pode ter candidato própio em Feira de Santana, porque não em Salvador, que é o maior colégio do Estado? Em Itabuna que é o terceiro ou quarto colégio? Em Ilhéus e assim por diante, até atingir municípios de menor porte? Haverá, sem dúvida, um efeito cascata e o secretário das Relações Institucionais, Rui Costa, terá que se movimentar melhor e com mais agilidade.
Ademais, não se pode dizer que o PT de Feira, o autêntico, levou um baque definitivo porque em política as coisas não acontecem dessa forma, mas, é verdade que o deputado Zé Neto saiu abatido da disputa e sempre ocorrem sequelas inimagináveis nesses casos, ainda que o PT, como partido, esteja acima dessas circunstâncias ocasionais.
Zé Neto, com certeza, poderá se manter o mesmo com seu estilo aguerrido e às vezes afoito, sem medir palavras e consequências, mas, ao perder para o classe-média Sérgio Carneiro com apoio de segmentos do MST, aconteceu um virote na história do PT de Feira como nunca tinha ocorrido. Ainda que o PT tenha ficado mais competitivo, eleitoralmente, nunca será mais o mesmo. (TF)