Política

DEPUTADO ALELUIA ALERTA PARA CRISE DO SETOR DE ENERGIA NO PAÍS

Veja declarações do deputado José Carlos Aleluia
| 09/01/2008 às 15:03
 Diante do elevado risco de um apagão de energia elétrica - muito acima de todos os critérios aceitáveis - que ameaça o Brasil, o vice-presidente do Democratas, deputado José Carlos Aleluia (BA), declarou nesta quarta-feira, 9, que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria iniciar imediatamente um programa de racionamento de energia elétrica, que não trouxesse prejuízos à produção e ao conforto das pessoas, e que premiasse aqueles que cumprissem as metas estabelecidas de redução do consumo.

  Aleluia culpou diretamente a ministra Dilma Roussef pelo apagão. Para Aleluia, a única voz sensata em face da escassez de água nos reservatórios e do descaso do governo Lula, que não investiu na construção de novas usinas geradoras de energia elétrica, é a do diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, que está advertindo para a possibilidade de um apagão ainda neste ano.
 
  "O diretor-geral da Aneel é a contraposição à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que tenta ocultar a gravidade da situação. Dilma, alías, é a grande responsável pela crise. Ela retardou o início das obras de Angra III, a licitação das hidrelétricas do Rio Madeira e todo o programa de energia renovável, o Proinfra (bagaço de cana, eólica, solar e pequenas centrais hidrelétricas), criado há sete anos, além de ter sido negligente em relação à Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingú", criticou Aleluia.
 
  O democrata disse ainda que Dilma foi incapaz de implantar um programa de conservação de energia elétrica. "A conservação de energia elétrica deve ser um programa permanente e não pode ser confundido com racionamento nem com racionalização, palavra que o governo Lula pretende usar para tentar esconder o racionamento", observou.

  Só no final de 2007, lembrou o democrata, o governo conseguiu fazer uma concorrência para a construção de uma hidrelétrica no Rio Madeira, que deve levar pelo menos quatro anos para ser construída e começar a produzir energia. "A marcha lenta e irresponsável do governo petista atrasa o país", afirmou Aleluia. Segundo o deputado, o governo Lula subestimou a economia do país, não acreditou no crescimento, não investiu em obras e ficou esperando as chuvas, até agora insuficientes para reabastecer os reservatórios.

  "O racionamento de energia elétrica só não veio antes porque a economia brasileira cresceu mediocremente nestes cinco anos, menos da metade da média do crescimento registrado por outros países emergentes. O País está pagando caro pela inconsequência de uma administração desastrosa", disse Aleluia. O deputado está sugerindo que paralelamente ao programa de racionamento de energia elétrica o governo busque um acordo com a indústria e os usuários de gás veicular, em particular os taxistas, para flexibilizar o uso do gás. "Com a falta de água e a limitação do parque gerador de energia hidráulica, a indústria e os taxistas poderiam recorrer a outros combustíveis, sem serem onerados, permitindo maior oferta de gás às usinas térmicas, enquanto perdurar a crise de energia elétrica", concluiu Aleluia.