Por enquanto essa é a movimentação política na capital
O "ultimato" dado pelo prefeito João Henrique (PMDB) ao PT e PSB revela que há pressa no âmbito deste partido, sob a liderança do ministro Geddel Vieira Lima, de resolver o quanto antes as alianças para o pleito municipal que se aproxima.
Geddel sabe de antemão, já posto neste site diversas vezes, que, tanto o PSB; quanto o PT pretendem ter candidatos próprios à Prefeitura, nas pessoas dos deputados Nelson Pelegrino e Lídice da Mata.
Como o prefeito se fortaleceu com o Democratas e outros partidos na votação do PDDU, o PMDB sente-se mais à vontade de tomar os cargos de volta e que são ocupados por representantes desse partidos.
A questão, também já posta no BJ, é como se processar essa dessemelhança sem atritos, uma vez que o PT, diferente do PCdoB e do PSB, tem no topo dos governos estadual e federal, seus representantes máximos, Jaques Wagner e Lula da Silva.
O metrô de Salvador, por exempo, está parado de novo.
Nesse novo movimento da política local, o PSDB, que vinha isolado e amparando-se na aliança com o governo do Estado, mais com Wagner do que com o PT, pode ganhar nova dimensão, sobretudo se conseguir aliançar-se partidariamente nesse novo bloco que surge, PT/PCdoB/PSB.
O atual presidente do PSDB na Bahia, Antonio Imbassahy, candidato a prefeito da capital, não dá sinais explícitos de movimentação. Mas, há quem diga que esteja se movimentando nos bastidores nessa direção. Conversas teriam acontecido em Brasília com o deputado Daniel Almeida, não necessariamente com Imbassahy, mas com gente do PSDB.
Quem também está eufórico com o "ultimato" de João Henrique é o deputado Nelson Pelegrino, do PT, defensor há meses de uma candidatura própria na capital e outras grandes cidades da Bahia, pensamento que compartilha com o presidente Marcelino Galo.
Uma provável aliança do PT/PSB em primeiro turno é pouco provável. Pelegrino quer ser testado, novamente, e acha que desta vez tem chances de ir ao segundo turno.
O PSB não tem mais condições de ficar no governo JH. Lídice já disse que não aceita "ultimatos" e chegou a entregar os cargos ao prefeito. Se ficar, a essa altura dos acontecimentos, se desmoraliza. E esse não é o operfil de Lídice. Todo mundo sabe disso.
Mais uma perna da eleição, o apresentador Raimundo Varela (PRB) está calado e firme com sua candidatura. Varela confia bastante em sua popularidade. Mas, em política ser apenas popular não leva a lugar algum. Tem que haver alianças políticas e Varela certamente também está se movimentando nos bastidores.
Por enquanto esse é o quadro. João movimentou a primeira peça do xadrez, em 2008, com bastante impetuosidade. O fez sob risco controlado e confiando no esquemão político organizado em torno do PDDU. Se vai dar resultado só o tempo dirá. Mas, com certeza, é uma opção e apostou nela.
Não movimentou um peão ou uma torre. Foi logo dando um xeque-mate. E isso, em política, é um perigo.