A declaração da deputada Lídice da Mata (PSB) dando conta de que o prefeito João Henrique (PMDB) deu uma guinada à direita, alinhando-se com o Democratas, pode render bons frutos ao PSDB, partido que se encontrava isolado na sucessão municipal de Salvador, apesar das declarações de simpatia do governador Jaques Wagner.

   Lídice colocou sobre o cenário da sucessão uma observação nova e que poderá criar um bloco alternativo na sucessão constituido pelo PSB, PCdoB, PT e PSDB uma vez que na votação do PDDU, o prefeito conseguiu um arco de alianças de 8 partidos excluindo esses quatro aí citados.

   O ministro Geddel Vieira Lima apressou-se a informar na TB de hoje que João nunca procurou o Democratas. Estaria certo Geddel, na medida em que as negociações entre o PMDB e o Democratas, ao que se sabe, aconteceram no gabinete de Geddel, de fato, sem a interferência do prefeito, e com a presença de ACM Neto.
 
   Mas, como quem manda na Prefeitura é Geddel e foi o ministro quem organizou a batalha do PDDU, inclusive para testar a força de Lídice, está correto Sua Excia quando diz que João não participou das negociações com a direita.

   A rigor, João recebeu o pacote pronto e consentiu com ele, como, aliás, tem consentido com tudo o que o PMDB organiza à sua administração.

   Geddel também quis imputar a Imbassahy a representação da direita na cidade do Salvador quando, a rigor, desde que o ex-prefeito ingressou no PSDB e alinhou-se com
Jutahy Magalhães Jr, perdeu esse título.

   De maneira que, se de fato o PSDB conseguir organizar um bloco com PSB, PCdoB e PT, passa a ser mais competitivo numa eleição de segundo turno.

   E João poderá carregar a cruz do carlismo.