Um balanço das ações de um ano de gestão, o projeto de instalação de uma agenda mínima de coalizão do governo, segurança, o fortalecimento do plano de comunicação e o reflexo da perda dos recursos da CPMF para a Bahia foram os assuntos discutidos pelos membros do Conselho Político do governo em sua reunião de lançamento, hoje (14), na Governadoria.
Coordenado pela Secretaria de Relações Institucionais (Serin), o conselho é composto por 24 representantes dos partidos da base aliada do governo, líderes de bancada do Legislativo e pelo coordenador da bancada baiana na Câmara dos Deputados, Walter Pinheiro.
Nem todos poderaam comparecer a reunião de hoje, caso do deputado Jonival Lucas, que se encontra numa reunião do PTB em Brasília. O presidente da Assembléia Legislativa, Marcelo Nilo, embora tivesse sido convidado pelo governador Jaques Wagner para compor o conselho, preferiu não integrá-lo justificando que é presidente de um dos três poderes da Federação na Bahia.
O governador Jaques Wagner disse que percebeu a convicção dos membros sobre o novo projeto de governo da Bahia. Ele afirmou que o Conselho vai fortalecer o relacionamento não só na base de sustentação na Assembléia Legislativa como também na Câmara dos Deputados. A primeira reunião durou quatro horas "Aqui é mais uma instância de diálogo social e político. O PPA foi um diálogo com a sociedade e aqui é a relação institucional com os partidos políticos e lideranças do Legislativo", disse o governador.
"O objetivo é abrir um espaço de diálogo para que os partidos e lideranças possam contribuir com o projeto de governo que envolve vários atores sociais e políticos. A intenção é democratizar mais ainda as definições dos rumos do governo", afirmou o secretário de Relações Institucionais, Rui Costa.
QUEM PARTICIPOU
Desta primeira reunião participaram o coordenador da bancada federal na Câmara, deputado Walter Pinheiro (PT); o líder da maioria na Assembléia, deputado Waldenor Pereira; o líder do PT na AL, deputado Zé das Virgens; o presidente regional do PT na Bahia, Marcelino Galo; o ex-prefeito de Salvador e presidente do PSDB na Bahia, Antonio Imbassahy; ex-prefeita de Salvador, Lídice da Mata, representante do PSB; deputado federal Mário Negromonte, do PP; José Carlos Araújo, deputado federal e Elmar Nascimento, deputado estadual pelo PR; deputado estadual Leur Lomanto Jr e Lúcio Vieira Lima, presidente regional do PMDB na Bahia, pelo PMDB; deputado Fernando Torres, pelo PRTB; Dilma Gramacho, PTdoB; deputado estadual Roberto Carlos e Euclides Neto, pelo PDT; deputado federal Daniel Almeida, pelo PCdoB, Gurgel, pelo PPS; Eliel Santana (PSC); e Roque Aras (PV). A presidência do Conselho é exercida pelo secretário de Relações Institucionais, Rui Costa.
COMENTÁRIO BAHIA JÁ
O Conselho Político instituido hoje pelo governador Jaques Wagner é consultivo. Não ter poder deliberativo. Mas, representa um avanço na política baiana do ponto de vista das relações democráticas, sobretudo quando se denota numa mesma mesa, numa "base ampla governamental" adversários políticos, casos dos ex-prefeitos Antonio Imbassahy x Lídice da Mata; PSDB x PMDB na disputa pela prefeitua de Salvador, o mesmo acontecendo entre PCdoB x PMDB.
O governador Wagner se coloca como magistrado e vai navegar nessas águas com essa diretriz consultiva, excluindo das reuniões questões partidárias internas, e pondo na mesa a gestão do seu governo.
A surpresa ficou por conta da saída do anunciado presidente da AL, Marcelo Nilo, convidado do governador, o qual, por representar um Poder, e como o presidente do Poder Judiciário não se faria presente às reuniões, nem o chefe do Executivo, entendeu que sua missão está noutro plano.
As presenças de dois representantes do PR, deputados Elmar Nascimento e José Carlos Araújo num presumível lugar do senador César Borges não surpreendeu devido ao voto que CB deu contra a prorrogação da CPMF.
A presença de Antonio Imbassahy no Conselho é boa para ele e para o PSDB, na medida em que, ao se agregarem à base do governo na Bahia, no primeiro caso, Imbassahy expurga o que ainda resta do carlismo em sua trajetória, e o PSDB (que votou contra a CPMF no Senado) se mantém alinhado com Wagner na Bahia.
Isso significa dizer que, o carlismo ou o que restou dele hoje no Democratas, no caso da Bahia, é o adversário preferencial.
Os outros integrantes do Conselho já eram esperados, salvo uma simpatia que o governador fez com o deputado Leur Lomanto Jr, pai do ex-deputado Leur Lomanto, preterido na disputa para o cargo do TCE. Fez um mimo de bom tamanho.
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