Os debates estão acontecendo na AL
Está em pauta para votação ainda hoje, certamente à noite, os projetos encaminhados pelo chefe do Executivo à Assembléia Legislativa criando as bases para instituir novas fundações no Estado, em especial na área de saúde, e a mini-reforma administrativa com a mudança de nomes de alguns órgãos e criação de mais de 100 cargos em comissão.
O clima é de muito debate no plenário da AL e, por volta das 16h45min, o deputado Yulo Oiticica (PT) pediu verificação de quórum tentanto derrubar a sessão ordinária para instalar a extraordinária e votar logo as matérias, mas, o governo perdeu e por 23 votos a sessão foi mantida.
A oposição acusa o governo de usar o rolo compressor e aprovar as matérias sem discussões e sem uma análise mais detalhada dos efeitos que esses projetos causarão ao Estado, quer do ponto de vista financeiro; quer no plano da modernização de sua estrutura.
Para o deputado Waldenor Pereira, líder da maioria, os projetos são importantes para a governabilidade e a Fundação de Saúde (futura) dará mais agilidade ao setor. Para o deputado Heraldo Rocha, líder do Democratas, trata-se de um retrocesso de uma estatização do setor de saúde e facilidades que deverão, isso sim, onerar os cofres do governo.
TROPA DE
ELITE
Ao contrário do que aconteceu na sessão de ontem, nesta terça-feira, 11, a base governista se organizou melhor e enfrentou a oposição de igual para igual.
O deputado Sérgio Passos (PSDB) chamado pelo deputado João Bacelar (PTN) como o "tucano mais vermelho que conhece", destacou que a proposta de se instituir uma Fundação no Estado nasceu em discussões na 7ª Conferência de Saúde e representará !simplificação de procedimentos e agilidade" para a gestão da Sesab.
Para o deputado Clóvis Ferraz o governo quer, isso sim, criar uma estrutura para se livrar das licitações, para fugir do processo democrático, situando que a administração atual já realizou mais de 100 dispensas de licitações envolvendo R$280 milhões, sendo que, só na Sesab este montante é de R$112 milhões. "Isso é uma vergonha, uma anarquia praticada pelo governo do Estado", frisou,
Entende o deputado Carlos Ubaldino (PSC), da base aliada do governo, que o governador Wagner atua com base em três pilares: transparência com as contas públicas; trabalho (citou a nova estrada Alagoinhas/Serrinha/Linha Verde; e amor - de quem olha a Bahia com olhos da justiça e da dignidade", comentou.
Ubaldino atesta que os projetos são bons para a Bahia.
COMENTÁRIO
DO BAHIA JÁ
O que se viu na AL na tarde desta terça-feira, 11, foi uma bancada do governo atenta, atuando com objetividade diante da pequena mas aguerrida oposição na Casa, como se alguém tivesse organizado o embate em reunião prévia.
A exceção do discurso político vazio, de acusações sem fundamento, os governistas conseguiram estruturar um grupo que foi capaz, senão de inibir a oposição, dar testa e não deixar discurso sem resposta, situação que estava acontecendo com frequência na AL.
Ainda assim, os governistas não conseguiram derrubar a sessão ordinária, e, embora respondendo a todas as questões, continua na defensiva, sem conseguir produzir uma agenda positiva para o governo.