Política

GREVE DO BISPO: PMDB DEFENDE GEDDEL E OPOSIÇÃO CHAMA WAGNER DE OMISSO

O ministro Geddel está brincando com fogo
| 10/12/2007 às 17:30
Base aliada precisa organizar melhor a defesa do governador Wagner, em 2008 (Foto:BJ)
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  O deputado Luciano Simões (PMDB) solicitou à Mesa da Assembléia Legislativa que inserisse nos anais da Casa o artigo publicado na Folha de São Paulo e assinado pelo ministro Geddel Vieira Lima, no qual, considerou a greve de fome um "terrorismo simbólico" e grafou no título, obviamente se referindo ao bispo Dom Cáppio, como "O Inimigo número 1 da democracia".

   Segundo Luciano, o ministro Geddel afirma que "não há diálogo" com o bispo Cappio porque esse se recusou a conversar com ele quando procurado, assim que assumiu o Ministério da Integração. Ainda de acordo com o deputado, a CNBB não apoia a atitude do bispo, o bispado da paraíba também não dá apoio aos bispo, e este insiste em manter a greve de fome, embora a Veja, revista que circulou esta semana (o deputado mostrou um exemplar na tribuna) "esteja assaltando a geladeira.


   Dom Luis Flávio Cappio mantém a greve de fome que já dura quase 15 dias e aumentou o tom do seu discurso refereindo-se ao que já publicara em a Tarde (artigo intitulado Resposta ao Ministro Geddel) afirmando que quer "água para 44 milhões de pessoas e não paa 12 milhões", numa resposta que estaria insensível às questões sociais do projeto.

   GOVERNADOR
   OMISSO

   No decorrer do seu pronunciamento, Luciano Simões concedeu uma aparte ao deputado João Bacelar (PTN), o qual, elogiou a postura do colega ao defender o ministro Geddel, e criticou duramente o governador Jaques Wagner que é "omisso e não assume sua tarefa de governar, não aborda os temas mais relevantes do Estado, neste momento - a Tragédia da Fonte Nova, a Transposição das Águas do Rio São Francisco e a greve de fome do bispo, o fechamento de fábricas na Região Metropolitana do Salvador, a crise na saúde, a perda do ano letivo na educação, e só quer viver de grandes emoções em Costa do Sauípe".

   Luciano ainda esboçou uma tímida reação e disse que o governador "está, sim, assumindo os compromissos com a Bahia". E só.

   Logo depois, no horário da minoria, o deputado Paulo Azi (DEM) sentou à pua no governador em tom ainda mais duro com o chefe do executivo, afirmando que o povo baiano foi enganado pelo dirigente petista e que ele (Wagner)  "tomou uma tremenda vaia em Sauípe e vai tomar muito mais" porque se "omite de forma covarde". Por fim, Azi destacou que as águas do Rio São Francisco podem ser cobertas de sangue (se referindo ao bispo dom Cappio) tendo uma repercussão muito negativa para a Bahia.

   E o que se passou depois da fala de Azi: a base aliada ficou calada, sem uma reação até mesmo do líder do governo, deputado Waldenor Pereira (PT).

   COMENTÁRIO
   BAHIA JÁ

   O ano legislativo está se encerrando no próximo dia 17. O entendimento de alguns deputados mais experientes na AL dão conta de que, ou o governador Jaques Wagner posiciona sua bancada de forma mais aguerrida e organizada na Casa, ou terá imensas dificuldades a partir de 2008. 

    Veja um exemplo sintomático do que aconteceu hoje. O ex-deputado Paulo Jackson, um ícone do PT, foi homenageado pela Embasa dando nome a uma Estação de Tratamento de Água da Embasa com a colocação de um busto, lançamento de livro e presença do governador Wagner. 

    Pois bem, o líder da minoria, Gildásio Penedo, depois de vários oradores do PT se apresentarem na tribuna, foi quem fez a referência à Mesa, com elogio a Paulo Jackson e às "merecidas solenidade e homenagem". Só depois disso é que o líder do governo falou do mesmo assunto.

    É isso. Emblemático.