Política

WAGNER ADMITE PRESIDÊNCIA E ABRE ESPAÇO PARA COMPARAÇÃO COM WALDIR

O governador admitiu que pode ser candidato a presidente da República
| 07/11/2007 às 08:01
  Guardadas as devidas proporções, a postura do governador Jaques Wagner (PT) exposta em São Paulo, junto à mídia nacional e pela primeira vez de forma aberta admitindo ser candidato a presidente da República, em 2010, lembra momentos da trajetória do então governador Waldir Pires, eleito governador da Bahia, em 1986, com projeto parecido ao de Wagner, e que decidiu abandonar o cargo e candidatar-se a presidente, em 1989.

   Evidente que os tempos são outros, Wagner hoje tem um aliado fortíssimo na Presidência (o que não aconteceu com Waldir), o PT está a procura de um nome para substituir o presidente Lula da Silva, mas, os cenários em relação a Bahia são idênticos, sobretudo levando-se em consideração que, tanto no caso de Waldir; quanto no de Wagner, a população baiana colocou-os no Palácio de Ondina com objetivos claros em relação a Bahia.

   No tocante a Waldir, a proposta era de mudar, Governo da Mudança, estabelecer novos parâmetros em relação a política baiana, redemocratizar posturas e assim por diante. Com Wagner, a mesma coisa duas décadas depois, compromissos com a Bahia, mudanças de posturas, redemocratização de práticas e assim por diante.

   De maneira que, o povo depositou em Wagner a mesma confiança que depositara em Waldir e se houver uma quebra desse princípio, sem que o atual governador mostre para que veio, o que não aconteceu até agora (pelo menos aos olhos da população), o PT pode estar dando um salto no escuro, em 2010, assim como o PMDB deu, com Waldir, em 1989.

    São situações distintas no tempo, até porque Waldir largou o governo com dois anos e cinco meses de mandato e, no caso de Wagner, se ele e o PT decidirem por sua candidatura, o que aconteceria em maio de 2010, já teriam se passado quatro anos e cinco meses de governo. Até lá, portanto, o governador e sua equipe têm que mostrar serviço e honrarem os compromissos que assumiram com a Bahia.

     Os seus adversários, no entanto, não esperarão até lá para detonar críticas a Wagner, assim como fizeram com Waldir Pires. É o jogo político da terrinha, desta feita tendo Geddel Vieira Lima como o Nilo Coelho de Wagner, e Paulo Souto como o ACM de Waldir/Wagner.