Antigamente, pró-forma, o 4º poder era a imprensa
O líder Democratas José Carlos Aleluia (Democratas-BA) recebeu nesta sexta-feira, 26, um grupo de defensores públicos, na Assembléia Legislativa da Bahia, para debater o projeto que transforma a Defensoria Pública num novo poder da República.
Aleluia reafirmou a decisão contrária ao desejo dos defensores e declarou que na quinta-feira recebeu em seu gabinete o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Antônio Carlos Alpino Bigonha, que manfestou a oposição da entidade ao projeto.
O presidente Antonio Carlos Alpino Bigonha entregou a Aleluia um documento em que diz: "Com todos os poderes e prerrogativas avocadas pelo presente projeto à super defensoria, olvidou-se o autor de estender aos nobres defensores a vedação da elegibilidade a que estão sujeitos promotores e magistrados, o que bem traduz que se trata de proposição que, em todos os seus termos, pretende conciliar o melhor de diversos mundos incompatíveis entre si: magistratura, Ministério Público e advocacia pública e privada".
Na última quarta-feira, em discurso no plenário da Câmara, Aleluia abortou o acordo entre as lideranças partidárias no Parlamento (o projeto ia ser votado sem discussão) e os defensores públicos para transformar a "Defensoria" no quinto poder da República (eles consideram que o Ministério Público é o quarto e querem os mesmos direitos).
Aleluia foi aplaudido pelos deputados e recebeu o apoio das lideranças mais consequentes do do Congresso Nacional. Desde então a caixa de e-mail do deputado não pára de registrar manifestações sobre o polêmico projeto. "Centenas de mensagens chegaram de todo o Brasil condenando a farra que estava agendada para ser aprovada na última quarta-feira, pela Câmara, cuja conta ia direto na veia do contribuinte", diz Aleluia.