Agora é oficial. Através de informação fornecida pela Assessoria de Comunicação do PMDB, o deputado Colbert Martins Filho, 55 anos, que deixou o PPS e filiou-se ao PMDB, já recebeu uma posição do Diretório Estadual de que será o candidato do partido em Feira de Santana na eleição de 2008.

 Colbert diz que está conversando com as lideranças, angariando apoios e ouvindo a população para saber exatamente quais suas necessidades para construir suas propostas de governo.

  Para o deputado, a população de Feira de Santana tem muito carinho pelo partido que governou o município durante quase 15 anos. "É importante o PMDB voltar a administrar Feira. Já estivemos no poder e a cidade era muito diferente. Na Prefeitura vamos desenvolver o município, contando especialmente com o apoio do ministro Geddel Vieira Lima" afirma.

  Feira de Santana é a segunda maior cidade do estado e tem uma população de mais de 500 mil habitantes mas, em matéria de PIB (produto interno bruto) per capita fica em 2.796º lugar, entre os 5.560 municípios brasileiros apesar de ocupar o 34º lugar em população.

  "Não podemos admitir que esse paradoxo continue. Feira é uma cidade maior do que nove capitais, mas tem uma economia de cidade pequena e está sendo administrada assim. Temos que aumentar a quantidade de empregos e trazer novos investimentos, além de cuidar da saúde pública, educação e urgentemente do saneamento básico. Hoje, somente 20% no município conta com esgotamento sanitário."  rebate Colbert.

  200 PREFEITURAS

  Essa será sua terceira candidatura à prefeito, nas outras duas, segundo o deputado, as lideranças se dividiram e ele perdeu as eleições. Nesse pleito afirma que pretende firmar alianças e buscar a unidade e o consenso, principalmente com o PT, para ter mais força na disputa. Colbert defende que a união dos partidos que apoiaram Wagner seja mantida em 2008, pelo menos nos principais municípios da Bahia.

  Ao admitir ser pré-candidato do PMDB à sucessão municipal, o deputado corrobora com a estratégia do partido que quer ampliar a sua participação nas prefeituras na Bahia. Para Lúcio Vieira Lima, a legenda deve conquistar mais de 200 prefeituras em 2008.

  COMENTÁRIO
  BAHIA JÁ

  A notícia fornecida pela Assessoria de Comunicação do PMDB revela alguns indicadores de que este partido, quer manter a aliança de consenso com o PT, em Feira, Salvador e outras cidades, de preferência tendo seus candidatos na cabeça da chapa.

  A matéria não faz qualquer citação ao governador Wagner, no sentido institucional, e situa que Colbert pretende governar Feira, especialmente com o apoio do ministro Geddel Vieira Lima. Ou seja, o governo do Estado ficaria, assim, num segundo plano. Pois; pois.

  Em Feira, como se sabe, o PT tem (em tese) dois pré-candidatos a prefeito: os deputados (federal), Sérgio Carneiro, com apoio do seu pai e atual senador João Durval (PMDB) e o (estadual) José Neto. Neto é o PT autêntico de Feira, mas, não tem suporte do empresariado local; o que sobra em Carneiro.

  Também, ao que se sabe, nem Carneiro; nem Neto gostaria de participar de uma chapa na vice de Colbert, hipótese, como expressa esta matéria do PMDB, de muito agrado deste partido.

  Feira de Santana é administrada pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho (DEM), mas, este ocupa o cargo pela segunda vez consecutiva. Portanto, não pode ir para reeleição. José Ronaldo é ligado ao presidente regional do partido na Bahia, ex-governador Paulo Souto.

   José Ronaldo (grande eleitor) está calado. O deputado estadual Tarcízio Pimenta (DEM) é o candidato natural do partido. Mas, também se fala numa provável candidatura do deputado federal (também soutista) Fernando de Fabinho, embora este sofra a resista do sentimento nativista de Feira.

   Uma candidatura entre Colbert, Neto/Carneiro e Fabinho esse sentimento nativista seria explorado. E, para tanto, o melhor nome do DEM é Pimenta.

   O certo é que, com o anúncio oficial do PMDB da candidatura Colbert Martins Filho, as articulações sobre a sucessão em Feira vão ser apressadas. Quem ficar esperando para 2008, ou como quer José Ronaldo, só depois da Micareta, pode dançar.

    Literalmente e nos dois sentidos: na Micareta e na política.